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Opinião
30/04/2010 - 09h00
Mais bandido do que os bandidos
Ronaldo José Sindermann
 

Na atividade diária de um advogado, que dentre as prerrogativas é de acompanhar clientes em delegacias de polícia, assisti em uma cidade deste longínquo país, a negociação, entre policiais e um detido trocando a liberdade por produtos furtados que tinham sido apreendidos na residência do suspeito. Não sou ingênuo, mas o que me chamou a atenção foi que todos os que estavam ali agiam com naturalidade, e dentro de uma normalidade, tendo o acusado ao sair da delegacia, recebido a reprimenda, “vê se te comporta e não faz coisas erradas”.

É triste ver “laranjas podres” em uma organização policial, que existe para reprimir o crime e dar segurança ao cidadão, em conluio com delinqüentes formarem quadrilhas, para fomentar o crime.

Com certeza não ensinaram a estes policiais que: “polícia e bandido não se misturam”, tal como água e azeite.

Infelizmente a corrupção está presente em todos os ramos deste nosso Brasil, e não poderia ser diferente nesta cidade interiorana, o famoso “jeitinho” estava presente também lá, para resolver os problemas de uma maneira “fácil”, talvez para liberar um veículo irregular em uma fiscalização de trânsito, de uma multa ou negociar a liberdade de algum delinqüente. A ética é deixada de lado e vale tudo para alcançar os objetivos, por pessoas pervertidas moralmente, gananciosas e sem escrúpulos.

Essa síndrome doentia tem se perpetuado, ocasionando o descrédito nas instituições, por pessoas de bem e toleradas por uma parcela inescrupulosa da sociedade, que aceita e incentiva este tipo de prática. O desrespeito aos direitos do cidadão provoca apatia, desamparo e a sensação de que nada adianta protestar, e que ninguém presta.

Mas não são todos “Ejusdem Farinae”, da mesma farinha que praticam atos criminosos como o assistido, a grande maioria age com dignidade dentro da ética e a consciência voltada para os princípios morais que devem nortear sempre o trabalho do servidor público.

O combate à corrupção é um caminho longo e difícil, requerendo por parte da sociedade, uma posição firme em relação à concussão (extorsão cometida por servidor público), exigindo a punição dos culpados e a exclusão da função pública.

Entretanto, enquanto nossas instituições, acharem que a culpa da corrupção é única e exclusivamente o salário, continuaremos a culpar o queijo em vez do rato.


Nota do Editor: Ronaldo José Sindermann (sindermann@terra.com.br) é advogado em Porto Alegre, RS.

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