Falar que brasileiro tem "dom" para empreender, até pouco tempo atrás, beirava a uma brincadeira que traduzia as características de um povo dinâmico e inovador. No entanto, recentemente, números revelados pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) chamaram a minha atenção e a de todos que lidam no dia-a-dia com esse setor porque mostram um efetivo crescimento desse público.

De fato, no Brasil, existem 5,6 milhões de micro e pequenas empresas, o que equivale a 99,1% do total de organizações formalmente constituídas no país. Será que ainda fica alguma dúvida sobre a existência desses telespectadores? Certamente não. Por outro lado, informação é sempre bom para toda e qualquer pessoa, melhor ainda se houver uma programação dedicada a apresentar soluções para os comuns desafios enfrentados por todos aqueles que empreendem ou que querem empreender um dia.

Quanto mais a TV puder apresentar ideias, soluções, sanar dúvidas, fomentar o relacionamento entre as grandes empresas e seus serviços com foco nas micros, pequenas e médias empresas, mais haverá entusiasmo, novas empreitadas e tudo isso embasado em conhecimento, planejamento e atitude. Afinal, empreender se sustenta no tripé: sonhar, planejar e realizar.

Se esse fomento gerar ação, tanto melhor para o desenvolvimento econômico e social do país. Isso porque, só para citar um exemplo da importância dessas organizações, as pequenas e médias empresas juntas respondem por 52,4% da mão-de-obra com carteira assinada e 20% do PIB. Não por acaso, os dados do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, só no mês de janeiro desse ano, mostram que esse segmento foi responsável por 74% dos quase 190 mil novos empregos com registro em carteira criados em janeiro.

Está aqui confirmada a importância econômica e social desses negócios brasileiros, muito embora, tal façanha nem sempre seja evidente. E olha que o país é conhecido por ser um dos mais empreendedores do mundo, com média de 13% de sua população economicamente ativa abrindo uma empresa. Para se ter uma idéia, nos Estados Unidos esta taxa é de 10%.

Estava na hora da TV brasileira ter um programa que tivesse como missão oferecer orientações gratuitas para esse público e, assim, instigar a alma do telespectador que tem negócios ou quer abri-los. No entanto, tudo na vida começa a partir do conhecimento e educação, que pode ser promovido com uma programação dedicada a multiplicar as oportunidades e sonhar até, um dia, em transformar o país.

Desde o esclarecimento sobre o que é empreender, migrando pela importância de se ter um plano de negócio, discutir a importância ou não de se ter um sócio, elucidar dúvidas sobre gestão financeira e fluxo de caixa até como vender um produto para o presidente de uma empresa, passando pelo filtro da secretária. Tudo isso é matéria prima para esse público faminto por informação.

Em conjunto, todos esses temas podem auxiliar o empreendedorismo no Brasil a crescer. Por isso, justificam a necessidade a TV brasileira ter um programa com essa proposta e, assim, ficar em sintonia com o dia-a-dia do empresário que assume diferentes funções, e que, por falta de tempo, deixa de procurar uma ajuda especializada.

Minha conclusão é que, sim, a TV pode e deve ter uma programação para levar essas informações até o empreendedor de forma simples, direta e verdadeira. Melhor ainda é saber que esse programa já nasceu no dia primeiro de maio, o Dia Mundial do Trabalho e se chama Atitude BR (www.atitudebr.com). Por isso, telespectadores que são ou desejam ser pessoas de atitude, sejam sempre bem-vindos todas as manhãs dos sábados.

Nota do Editor: Tiago Aguiar é apresentador do Atitude BR, programa transmitido aos sábados pela Bandeirantes que visa fomentar, informar e educar os empresários com base nos exemplos e na rotina das empresas de pequeno e médio porte. Aguiar é advogado e empresário desde os 23 anos.