Diante da força das águas, da terra e das tempestades climáticas que tem destruído cidades e "lugares paradisíacos", atingindo pessoas, independente da raça, da nacionalidade, da condição econômica e social, percebo o quanto precisamos voltar nossa atenção às nossas criações e verificar se são de benefício global, ou se estamos numa visão fragmentada em que o olhar só busca a satisfação pessoal, sem se importar com as conseqüências de nossas "inconseqüências". No "agora" é que damos chance ao futuro existir. É no agora que crianças choram pela perda de seus pais. É no agora que pais desesperados gritam pela perda dos filhos. É agora, mais uma vez, que a fome, a doença e a guerra destroem populações humanas, animais e vegetais. Quer seja na terra, na água e/ou no ar, é no agora que a mente insana realiza a aniquilação da vida. Se é na mente que começa a paz e a guerra, a questão é como contribuímos com a força aniquiladora, a cada instante, por não refletirmos sobre as conseqüências de nossa forma de pensar, de sentir e de agir. É no "agora" que o conhecimento e a cura poderão criar um novo amanhã. Percebendo onde prevalece a tristeza e a alegria; o egoísmo e a solidariedade; a condenação e a compaixão; a guerra e a paz, é que se torna claro onde prevalece a dor e onde encontramos a realização multidimensional. Nesta não há os privilégios que corrompem mentes e corações; não há carências sendo exploradas, mas há corações que voltam a pulsar e mentes que se abrem compreendendo que todos nós compartilhamos de um único lar. Cada dia é a oportunidade de nos conhecermos mais. Quando sentimos "a dor da alma" expressa na contorção do corpo, é o momento mágico em que podemos encerrar um ciclo de ignorância para nos abrirmos ao conhecimento e cura. Deixamos de nos ocupar com o "mudar os outros", para iniciarmos a nossa mudança de pele, enquanto navegamos pelas águas do oceano interior. Quero ir ao encontro do viver cada instante, no nível mais próximo daqueles em que todos os envolvidos se realizam saudavelmente: de mãos dadas na cooperação e de asas abertas na individuação. Lado a lado, saindo das cavernas, para juntos celebrarmos as estações com suas peculiaridades, seus ganhos e suas perdas. Estas fazem parte da vida de todos aqueles que querem viver o amor em todas as dimensões, com a intenção de contribuir na criação e desenvolvimento de um mundo de paz e de abundância. E você, o que quer? Nota do Editor: Erica Brandt é psicóloga e terapeuta.
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