Algumas doenças como a rosácea, dermatite seborréica, conjuntivite e ceratite podem estar associadas à blefarite, uma inflamação das pálpebras que ocorre quando as glândulas localizadas próximas aos cílios produzem secreção gordurosa em excesso. Segundo o oftalmologista André Luís Ferreira Pamplona, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, existem três tipos de blefarite - a estafilocócica, seborréica e ulcerativa. A primeira tem início na infância e continua na fase adulta, constituindo a formação de escamas nas pestanas, crostas e vermelhidão crônica nas bordas das pálpebras, seguida de dilatação dos vasos sanguíneos, perda de pestanas e tersóis. Já o segundo tipo de blefarite é o mais comum e menos grave, normalmente é causado pelo mau funcionamento das glândulas sebáceas que fazem acumular escamas oleosas nas bordas das pálpebras e pode ser consequência de um problema dermatológico. A última é menos comum, porém mais grave. É formada por crostas duras e opacas em volta das pestanas, que ao serem removidas, deixam feridas e causam distorção das bordas das pálpebras e lacrimejamento crônico, além de afetar a córnea. Os principais sintomas da blefarite são descamação, supuração nos cílios, ardor, coceira, lacrimejamento, sensação de corpo estranho, edema, sensibilidade à luz, dor, diminuição da visão e formação de tersóis. O tratamento da blefarite é composto de três etapas, primeiramente o paciente deverá aplicar compressas mornas sobre as pálpebras, diversas vezes ao dia, já que desobstruem e limpam as vias secretoras e melhoram os sintomas. As compressas também auxiliam na higiene das pálpebras e na prevenção da doença. A segunda etapa do tratamento consiste em lavar as pálpebras e cílios para a remoção de escamas, provenientes da descamação. Uma boa dica é utilizar espuma de xampu infantil, que não provocam lacrimejamento. Na última etapa, após as compressas e limpeza, o indivíduo deverá aplicar na região afetada pomadas antibióticas, à base de eritromicina, bacitracina, ou sulfacetamida. Em casos onde a doença já é mais avançada, as pomadas com antibiótico e esteróide deverão ser utilizadas com o objetivo de diminuir a inflamação mais rapidamente. Vale lembrar que todo medicamento só deverá ser utilizado após diagnóstico e prescrição médica, já que possíveis complicações podem surgir, em razão do uso prolongado. Para se prevenir da blefarite é necessário fazer diariamente uma boa higiene das pálpebras e estar atento as infecção bacteriana e reações alérgicas. "A parte mais importante do tratamento é a rotina diária de higiene das pálpebras, que deve ser mantida por toda a vida com o intuito de evitar o retorno da blefarite", orienta o médico. Alguns cuidados e recomendações são importantes para os indivíduos que estão em tratamento como ter as mãos limpas e unhas aparadas quando realizar a limpeza na região dos olhos; aplicar compressas mornas sobre as pálpebras fechadas duas vezes ao dia; com a ponta do dedo envolvida por um pano fino ou com um cotonete, esfregar delicadamente a base dos cílios de cada pálpebra; não usar maquiagem e evitar alimentos gordurosos.
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