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Opinião
20/05/2010 - 17h03
A moto, o motoqueiro e o marginal
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

As motocicletas, mundialmente apreciadas como símbolos de liberdade, mobilidade e economia, estão cada dia mais perigosas a seus usuários. Não bastassem as escaramuças e acidentes no trânsito cada dia mais violento, esses veículos, por uma série de razões, - principalmente a mobilidade - tornaram-se os preferidos de assaltantes e outros criminosos. De tempos para cá, a aproximação de um motoqueiro deixa as pessoas apreensivas com a possibilidade de ser um criminoso pronto a atacar. E o mais grave é que, parte das vezes, a suposição se confirma!

O mau uso da versátil condução de duas rodas já levou muitos estabelecimentos a proibirem o ingresso em suas dependências de motoqueiros equipados com o capacete, que torna mais difícil sua identificação pessoal. Há cidade que já transformaram esta restrição em lei e obrigam os condutores a retirar o equipamento de segurança quando param nos postos de abastecimento ou entram em lojas e supermercados. Mas a medida é polêmica, nem sempre respeitada e, por isso, sua eficácia é baixa. Todos os dias há notícias de condutores e passageiros de motos que cometeram crimes.

Empregadas no crime, as motos tornaram-se alvos preferenciais da fiscalização policial. Comandos são montados para inspecionar a documentação dos veículos e de seus condutores, verificar se não são roubados ou se estão à serviço do crime, conduzindo assaltantes, pessoas armadas ou entregando drogas. Sempre que o motoqueiro está irregular, procura esquivar-se e muitas vezes faz manobras radicais, fugindo da polícia. Nesses casos, as suspeitas aumentam e a perseguição acontece. Condutores já foram mortos ou morreram em quedas ou colisões porque fugiam para encobrir pequenas falhas. Também ocorreram confrontos onde policiais foram vitimados. Mas a polícia não pode abrir mão de seu direito e dever de fiscalizar, mesmo que em alguns casos ocorram distorções e resultados desfavoráveis. Deixar de fiscalizar evitaria problemas, mas deixaria o crime correr à solta.

Por seu uso criminoso e irresponsável, a motocicleta chega a ser considerada um veículo marginal. Algo precisa ser feito para recuperar as suas qualidades e eliminar os malefícios. Não pode um veículo ágil e econômico como este deixar de ter um bom aproveitamento nas finalidades para as quais foi criado apenas porque parte de seus condutores porta-se inconvenientemente no trânsito ou o emprega para fins criminosos. Ambas as distorções exigem uma reação à altura da sociedade e do Estado. Gente ordeira e decente não pode ficar privada do seu meio ideal de transporte porque desordeiros e criminosos o tomaram de assalto. Estes têm de ser identificados e exemplarmente punidos para que não tornem a transgredir.

Em alguns países – como na Colômbia, por exemplo – o motoqueiro é obrigado a ter o número da placa da moto nas costas e no capacete, justamente para evitar que possa cometer crimes sem ser identificado. Essa exigência pode ser o começo da solução. Vamos investir nisso?


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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