Segurança. Essa é a principal demanda de quem vai se submeter a uma intervenção cirúrgica, seja ela eletiva ou emergencial. Enquanto nos países de economia central o tema é prioritário, no Brasil a implantação do chamado Check List de Cirurgia Segura ainda é realidade em poucas instituições. Ao que parece, a Cirurgia Plástica largará na frente das demais especialidades, instituindo um rol de exigências para reduzir os riscos inerentes aos procedimentos. Um Protocolo de Segurança em Cirurgia Plástica está sendo elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), sob coordenação do Dr. Antônio Pinheiro. "A expectativa é que seja apresentado à opinião pública até setembro", descreve Dr. Fausto Bermeo, membro da SBCP. O médico, que comanda uma clínica na capital federal, é um dos entusiastas da iniciativa. Na prática - "O Protocolo deverá cobrir aspectos imprescindíveis para a segurança dos candidatos à plástica, como a precisa identificação do paciente, a descrição da patologia e da indicação e a realização de exames pré-operatórios e de consulta pré-anestésica", descreve Dr. Fausto. Outros itens relevantes que deverão constar no rol são a qualificação profissional do cirurgião e sua equipe, a qualidade do local de atendimento e a oferta de equipamentos específicos. "Ainda há a perspectiva de serem definidos padrões para o ato cirúrgico e o pós-operatório", complementa o médico. A exemplo do Checklist de Cirurgia Segura, preconizado pela Organização Mundial de Saúde para todos os procedimentos operatórios, o Protocolo de Segurança em Cirurgia Plástica deverá ser um marco na evolução da medicina. Caso seja aprovado pela plenária do CFM, no segundo semestre deste ano, será publicado no Diário Oficial da União. "Aguardamos a evolução rápida do tema, com vistas a resguardar os pacientes e a própria especialidade", afirma Dr. Fausto. "Cabe destacar, contudo, que o Protocolo deverá ser acompanhado de um diálogo franco e de uma consistente relação médico-paciente, estabelecida nas consultas que precedem a cirurgia. Devemos dimensionar o que realmente pode ser realizado e se isso alcançar a as expectativas do paciente", complementa.
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