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Opinião
27/05/2010 - 12h06
Proibir o celular é paliativo
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A Câmara de Vereadores de Curitiba (PR) acaba de aprovar o projeto que proíbe o uso de telefone celular dentro das agências bancárias, como forma de evitar os assaltos conhecidos como “saidinha de banco”. Um ladrão permanece dentro do estabelecimento, vê quem saca dinheiro e avisa pelo celular o seu comparsa no lado de fora para que este roube a vítima. Esse crime tornou-se comum em todas as grandes e médias cidades do país e, se a moda da capital paranaense pega, todas podem proibir o uso do telefone no banco. Em Belo Horizonte, os deputados estaduais estudam aprovar o projeto para todos os 853 municípios de Minas Gerais.

A medida, para fazer bons efeitos, deve ser de emergência e temporária, para atender apenas as necessidades do momento. Se não puder comunicar-se pelo celular, o olheiro plantado dentro do banco não possibilita o assalto, mas logo poderá passar a utilizar outros meios o até sair do estabelecimento acompanhando a vítima e apontá-la ao executor. Mas, mesmo assim, vale para economizar os prejuízos e as vidas hoje perdidas nos crimes. O cliente bancário, este sim, terá dificuldades porque perde o seu meio de comunicação.

O bom será no dia que, em vez de buscar a restrição de usos e direitos do cidadão, as autoridades e instituições conseguirem melhorar os seus serviços para garantir que seus clientes ou qualquer um do povo possa continuar utilizando-os em segurança e com bons resultados. A “saidinha” do banco pode ser resolvida com uma série de providências que vão desde o melhor treinamento do pessoal de vigilância do próprio estabelecimento, mais eficiência da polícia encarregada de fiscalizar as ruas na zona bancária e chegam até a conscientização da clientela para que evite saques, especialmente os de alto valor, e não caminhe de forma displicente ou irresponsável ao sair do banco.

Todos os envolvidos com segurança pública sabem que a lei e o crime caminham em paralelo. Esquemas de combate às transgressões são criados e treinados diariamente pelas polícias e empresas de segurança e, com a mesma velocidade, os facínoras encontram meios de burlá-los, numa autêntica corrida de gato e rato. É necessário atualização permanente, pois os criminosos não brincam.

Durante muitos anos, mediante a alegação de falta de recursos e verbas, a segurança pública foi negligenciada. Hoje vivemos reflexos daquele tempo e ainda do atraso que, apesar dos esforços, permanecem. Falta de pessoal, salários defasados e esquemas insuficientes para as demandas são os grandes fantasmas do setor. O Estado e a sociedade precisam se conscientizar disso e tomar providências. Paliativos como a proibição do celular e outros só penalizarão a população, mas em nada resolverão o crime. Este tem de ser enfrentado de maneira eficaz e urgente...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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