A Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira (ANVISA) divulgou um comunicado lembrando que as autoridades sul-africanas exigem a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação, comprovando que o turista está imunizado para a febre amarela. Caso contrário, fica impedido de entrar no país e, portanto, de assistir a Copa. Porém, o que poucos sabem é que não há transmissão de febre amarela na África do Sul. O governo deste país exige o atestado de vacinação contra a doença exatamente como medida preventiva. "O ideal é vacinar-se até dez dias antes da viagem. Mas vale ressaltar que gestantes, bebês com menos de seis meses e pacientes com doenças que diminuem a imunidade não podem receber a vacina", alerta Jessé Reis, infectologista responsável pelo Check-up do Viajante do Fleury Medicina e Saúde. Os jogos acontecerão em pleno inverno africano, que chega a ter mínimas de 5°C de temperatura. Clima propício a gripes e resfriados. Além disso, a exemplo do ocorrido na Copa da Alemanha em 2006, a África do Sul registrou recentemente um aumento do número de casos de sarampo. De setembro de 2009 até agora, cerca de 13 mil pessoas apresentaram a doença infecciosa. Em especial, em Johanesburgo e Pretória, cidades onde a seleção brasileira terá partidas. "Por isso, prevenir-se é fundamental", ressalta o doutor Jessé Reis. Ele enfatiza que algumas doenças são mais freqüentes na área urbana, como a tuberculose, de alta prevalência naquela região. A hepatite A, doença que pode ser prevenida por meio de vacina mais freqüente entre os viajantes, pode ser adquirida tanto em meio urbano quanto rural. Já as áreas rurais, onde se costuma praticar o safári, oferecem maior risco de doenças transmitidas por mosquitos, como por exemplo, a malária. Por isso, fique atento às dicas do especialista para garantir que quem está a caminho da África do Sul para torcer pelo Brasil, vá e volte com saúde. 1. Sarampo - O infectologista diz que o ideal é vacinar-se com duas semanas de antecedência à data de embarque, para que a vacina tenha efeito em tempo hábil. "Assim, diminui-se o risco de que, no retorno, o torcedor traga a doença para o Brasil". A vacina disponível atualmente é a tríplice viral, que engloba sarampo, caxumba e rubéola em uma mesma formulação, e deve ser feita para quem não se imunizou na vida adulta. 2. Gripe - "O período entre abril e setembro é o de maior incidência de gripe no continente africano. Como os jogos acontecerão em junho, é interessante que duas semanas antes da viagem, o turista brasileiro tome a vacina trivalente, que imuniza não só contra a gripe sazonal ou comum, mas também contra a gripe A, causada pelo vírus influenza H1N1", orienta. 3. HIV e Tuberculose - São duas enfermidades de alta prevalência na região. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 18% da população local estejam infectadas pelo HIV, portanto, o uso de preservativo é indispensável para evitar contrair esse vírus e outras doenças sexualmente transmissíveis. Também é importante evitar aglomerações e ambientes muito fechados. "Isso porque esse tipo de ambiente favorece a transmissão do bacilo causador da tuberculose, quando existe alguém infectado tossindo no local", explica o doutor Jessé. 4. Hepatite A - É a doença que pode ser prevenida por meio de vacina mais freqüente entre os viajantes, em função do consumo de alimentos e água contaminados. "Como prevenção, o turista pode se vacinar até a véspera da viagem. Outra forma de evitar o contágio é preferir alimentos cozidos e água com gás e sem pedras gelo", diz o médico do Fleury. 5. Malária - "Nas áreas urbanas e regiões litorâneas da África do Sul, o risco de contrair a doença é praticamente nulo. Além disso, nessa época do ano, por causa do frio, a incidência de casos da doença cai na região", esclarece o infectologista. Mesmo assim, o uso de repelente de insetos e de roupas que cubram a pele é recomendável, em especial, para quem pretende visitar o Parque Nacional Krüger. É importante discutir com seu médico todas as formas possíveis de prevenção de malária antes de sua viagem. A mesma recomendação vale para quem for fazer safáris ou visitar o sudoeste da África do Sul. É que, apesar de não ocorrerem casos de malária nesta região, três outras doenças são bastante frequentes: a febre do vale do Rio Rift, transmitida pela picada de mosquitos; o tifo relacionado à picada do carrapato, e a esquistossomose, enfermidade que pode ser adquirida ao banhar-se em rios e lagoas contaminados pelo parasita causador. Assim, dada a diversidade de doenças e de orientações específicas para prevenção, procurar um médico especialista e seguir suas recomendações é fundamental para que sua viagem seja divertida, segura, e sem surpresas relacionadas à saúde.
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