Fui feliz nos meus dois partos, com um bom plano de saúde. Fui feliz quando formei meus filhos na faculdade particular. Fico feliz quando vejo meus filhos se realizando na profissão que escolheram. Agora acompanho uma alteração da Constituição que pretende legislar sobre a felicidade. “Art. 06 – São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, saúde, trabalho, à moradia, o laser, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. Como já dizia o Poeta Chico Buarque: “...e pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz...” (João e Maria) Não acredito que através da Constituição o brasileiro alcance seu direito à felicidade. Nosso país tem que aprender finalmente cumprir as leis que já existem. Precisamos que os investimentos destinados à saúde, educação etc. não se percam pelo caminho. Assisti com tristeza o aniversário de Brasília, meu pai, Álvaro Moura (construtor) era tão orgulhoso do trabalho que se concentrou no Planalto Central para a criação do Distrito Federal. Porém, aos 50 anos Brasília encontra-se mergulhada em escândalos, são gerações e mais gerações de políticos envolvidos em corrupção e golpes. Mas o povo brasileiro resiste a tudo e a todos, e se há um negócio que não precisa ser lei, é a felicidade. Vejam o exemplo da África, me surpreendo com um povo tão feliz. A próxima Copa será no Brasil, tenho certeza que apesar de faltar muito, o povo vai mostrar o quanto é feliz.
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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