Anjos existem e se manifestam no tempo certo e na hora certa. Mas não procurem por seres loiros, de asas, vestido branco, um ser híbrido, nem homem nem mulher, isso é sonho dos pintores europeus da Idade Média. Anjos existem e atuam. Porque anguélion quer dizer recado, notícia, e ánguelos é aquele que traz o recado de Deus. A razão não explica os anjos. A fé imatura os vê por toda parte; apenas a fé serena os divisa de forma límpida. Sabem disso os parentes do rapaz que estava num barco, na Praia do Guaecá e recebeu um raio em meio a uma tempestade, mas foi socorrido por alguém na areia, que o fez ressuscitar e, apesar da procura pelos familiares, nunca mais foi encontrado. Sabem disso os pais da advogada que estava desaparecida, mas alguém presenciou o crime na beira da represa, onde finalmente o carro e o corpo foram encontrados. Sabe disso o pai que perdeu o controle do carro e capotou na reta de Caraguatatuba, apareceu alguém para encontrar a criança que havia voado pela janela do carro, para chamar o resgate e tudo não passar de um grande susto. Sabe disso a mãe assustada que viu seu filho escorregar na ribanceira do rio e cair na correnteza, pediu para que Deus a socorresse e, minutos depois surgiu um homem todo molhado e entregou seu filho, quando após o abraço, voltou-se para agradecê-lo, já não havia mais ninguém por ali. Histórias há milhares. Talvez por isso o catecismo Universal tenha optado por não ser tão moderno e racional a ponto de suprimir o dogma da existência dos anjos, “Deus tem mensageiros”. E eles aparecem nas horas certas, com rostos que nem sequer imaginamos que sejam anjos. São pessoas com palavras amigas, gestos acolhedores e uma paz incrível!! Anjos terrenos de carne e osso com nome e endereço, que a gente nunca sabe como apareceram e como foram embora. Considero-me uma pessoa crítica e perspicaz. Procuro uma religião inteligente e sensata. Mas consigo crer nos Anjos. Conheço milhares de anjos terrenos, e não acho difícil acreditar em Anjos do céu. Jesus não teria falado como falou, se eles não existissem. Versão do texto original do Padre José Fernandes de Oliveira (Pe Zezinho).
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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