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Medicina e Saúde
18/06/2010 - 12h07
Eles não conseguem assistir filmes 3D
 
 
Oftalmologista Ricardo Guimarães explica porque até 38% das pessoas têm déficits na visão de profundidade

De acordo com estudos recentes da Universidade de Valência, na Espanha, 10% da população não pode enxergar imagens tridimensionais. Esse número é referente às pessoas que possuem problemas considerados graves e a maioria de difícil tratamento. "Se, entretanto, considerarmos os problemas menos importantes, mas que interferem ou dificultam a visão de profundidade inclusive produzindo dor de cabeça e desconforto visual, neste caso os números são muito mais altos chegando a 38,6% das pessoas", comenta o oftalmologista Dr. Ricardo Guimarães, do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães.

O especialista explica que isso acontece devido a alguma complicação ocular, como estrabismo, ambliopia (olho preguiçoso), doenças da retina, catarata ou até a dificuldades no processamento visual. "É o cérebro que forma a imagem 3D e não os olhos. Essa imagem é gerada por meio de uma visão binocular, na qual cada globo ocular vê uma imagem ligeiramente diferente e o cérebro forma uma única imagem com sensação de profundidade. Porém as pessoas que possuem essas alterações não processam as imagens perfeitamente no cérebro e por isso não percebem as três dimensões".

"Isso acontece porque o cérebro não tolera receber imagens tão diferentes de cada olho e por isso desliga um dos olhos, fenômeno que chamamos de supressão", esclarece o médico. Entre os famosos que não conseguem ver em 3D está o ator Johnny Depp, do filme Alice no país das Maravilhas.

Se uma pessoa for ao cinema 3D e não conseguir assistir pode significar que existe algum problema em sua qualidade de visão, mas o especialista ressalta que ninguém precisa ficar assustado, o importante é procurar um oftalmologista e investigar.

Ele comenta ainda que já os espectadores com miopia ou astigmatismo, por outro lado, não possuem nenhum problema para visualizar esses filmes, desde que usem seus óculos ou lentes de contato junto com os óculos do cinema. Por fim, o oftalmologista explica que é necessário o bom senso ao usar os óculos, como a higienização do material para não disseminar conjuntivite ou o uso estritamente voltado para a TV, não em outros ambientes.

Visão em 3D

Desenvolvida há milhões de anos, a visão em três dimensões é uma habilidade que possibilitou a sobrevivência da espécie humana. "Nosso olho nada mais é que uma parte do cérebro que se exteriorizou na tentativa de perceber a luz. Visão binocular significa apenas que vemos com dois olhos, mas ela nos permite fazer um dos truques mais maravilhosos de engenharia ótica. As duas imagens ligeiramente diferentes são projetadas pelos olhos no cérebro. O cérebro analisa as duas, escolhe a melhor e a funde com a pior imagem formando uma imagem única. Esta imagem única permite ao cérebro visualizar o todo da imagem qual seja altura, largura e profundidade", explica.

No cinema fazemos a mesma coisa. A projeção é feita através de duas imagens sobrepostas na tela e cada olho foca em uma das imagens projetadas para que a profundidade seja percebida. E as imagens são tratadas para exagerar o efeito 3D.

O especialista explica também como funciona isso na natureza. "A visão do predador é tridimensional, ele olha para a presa, calcula a distância de seu campo de visão e ataca. Já a presa precisa ser alertada muito rapidamente para poder fugir do ataque. Para isso, tem visão periférica boa. Um simples vulto é sinal de perigo".

O ser humano consegue ter visão periférica e em três dimensões. Como enxergamos com um campo visual menor, somos mais predadores, segundo Ricardo Guimarães. O oftalmologista esclarece que a visão é um processo de aprendizado que vamos adquirindo ao longo dos anos e que a visão tridimensional é a última a completar a sua formação. Bebês enxergam vultos e, só com a média de 15 anos, é que passamos a ter qualidade de visão completa.

"Nossa visão final, que inclui a tridimensional, é resultado de vários tipos de processamentos visuais que acontecem simultaneamente. Pense em 40 pessoas juntas, falando ao mesmo tempo e sendo possível decifrar corretamente o que elas falam. Assim é a nossa visão", exemplifica Guimarães.

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