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SEÇÃO
Crônicas
20/06/2010 - 10h06
O silêncio dos inocentes
Ronaldo José Sindermann
 
Crônica jurídica

Com certeza um dos melhores filmes de suspense de todos os tempos, que assisti foi “O Silêncio dos Inocentes”, onde o assustador Dr. Hanibal Lecter, leva o espectador a sentir calafrios ao guiar um agente policial na captura de um serial killer.

Não tão diferente ao título do filme e o que ele provocou aos cinemeiros, está a tal incômoda corneta africana de nome vuvuzela, verdadeira ojeriza dos repórteres, torcedores e jogadores, pelos seus cento e vinte e sete decibéis, que causam uma agressão auditiva ao público presente aos jogos, maior do que uma serra elétrica ou a decolagem de um helicóptero, segundo os especialistas.

Sob os olhos complacentes dos organizadores da copa na África, e o argumento de que é um instrumento tradicional daquele povo, e a sua vedação nos estádios seria uma violência cultural, esqueceram os dirigentes que outras pessoas que foram assistir a copa, também possuem direitos. Mas o pior está por vir segundo informações da imprensa, o sócio da principal fabricante de vuvuzela, já iniciou as negociações com empresas brasileiras visando à copa de 2014.

Já não chega o som em alto volume de alguns carros nos postos de gasolina, na casa do vizinho, em uma festa particular até cinco da manhã no meio da semana, do caminhão azul que circula pela leal e valorosa cidade de Porto Alegre, tocando um conhecido hino ou o velho ônibus que anuncia uma casa que promove festas liberais que tem nome de mobília de tomar assento. Além de incomodar, é um desrespeito com as pessoas que estão trabalhando ou descansando após um dia de trabalho.

Certas pessoas esquecem que os outros também possuem o direito de se divertir, trabalhar, estudar e, principalmente, descansar com tranqüilidade. E sob qualquer pretexto acabam invadindo o modo de vida do outro, que se vê compelido a interromper uma leitura, um descanso, ou até mesmo o trabalho. Os abusos assistidos de sons altos, aliados à poluição sonora, causam irritabilidade, insônia, taquicardia e ansiedade entre outros sintomas alertados pela medicina.

Sob o manto da impunidade, infelizmente por medo do autor do dano ou por acreditar que não dará em nada a queixa, grande parte das vítimas se sentem impotentes mesmo havendo lei que as ampare diante das flagrantes violações ao sossego público.

A tranqüilidade é sem dúvida alguma, direito inerente a toda pessoa, sendo obrigação das autoridades coibirem toda e qualquer violação. Afinal, temos o direito de viver sem perturbação.

Desculpe! Você viu meu tampão de ouvido?


Nota do Editor: Ronaldo José Sindermann (sindermann@terra.com.br) é advogado em Porto Alegre, RS.

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