26/08/2025  18h02
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
26/06/2010 - 15h00
A esperada reengenharia nacional
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Vivemos um momento de euforia econômica. Tempos só comparados aos anos JK – quando o Brasil pretendia crescer 50 anos em 5 – e ao chamado milagre econômico do começo dos anos 70. Verdade ou apenas suposição, os bons resultados de hoje parecem ser mais palpáveis do que os daqueles tempos, e todos torcemos para que isso seja a mais completa realidade. Não queremos entrar em retrocesso e ou recessão como os ocorridos no refluxo do otimismo oficial e popular daquelas décadas. Torcemos, sinceramente, para que os bons tempos atuais sejam perenes, embora isso possa parecer uma utopia.

Hoje, no entanto, o quadro é mais complexo que o daqueles anos 50/70, quando éramos apenas um país agrícola e de industrialização nascente, sem os centros de excelência da atualidade e com uma população menor e de menos problemas que a atual. Crescemos economicamente, mas não distribuímos renda e nem modernizamos a máquina pública à altura do progresso auferido. Como resultado, a escola não qualifica para o exigente mercado de trabalho, a população que foi obrigada a se mudar do campo para a cidade vive marginalizada nas periferias e os serviços públicos ou concedidos mostram-se ineficientes. Vivemos o grande desnível entre o Brasil que dá certo e aquele que a população pobre experimenta todos os dias.

A máquina de arrecadação de impostos é voraz, obriga o brasileiro a pagar uma das maiores cargas tributárias de todo o mundo, mas a contraprestação de serviços públicos é deficiente e negligente. Arrecada-se de forma moderna e aplica-se o bolo arrecadado de forma antiga, ineficiente e, por vezes, corrupta. A Polícia Federal, o Ministério Público, o Poder Judiciário e outras instâncias da sociedade sabem disso, têm agido, mas esbarram na grande massa de recursos, no corporativismo criminoso e em hábitos que vêm desde as oligarquias.

Nos últimos anos, os incompetentes governos vêm transferindo seus encargos para o cidadão. Como não pagam salários suficientes para os policiais, permitem que façam bico – que é proibido – e até institucionalizam esse procedimento ao firmar convênio onde prefeituras contratam policiais para trabalhar em suas horas de folga, quando deveriam estar descansando para a jornada do dia seguinte. Embora arrecadem para tanto, os Estados não mantém os corpos de bombeiros e incentivam a criação em muitos municípios da taxa paga diretamente pela população. Agora, ao não conseguir dar segurança, recorrem ao “toque de recolher” para jovens (que ainda poderá se estender a toda a população), arrepiando os direitos individuais constantes na Constituição.

O Estado Brasileiro carece de urgente reengenharia. Criar procedimentos onde haja a garantia de que os tributos arrecadados sejam efetivamente destinados às finalidade para as quais foram instituídos. Dar meios e exigir eficiência da máquina pública. Recuperar a credibilidade da administração pública e dos governos junto à comunidade. Sem promover o grande encontro entre o Brasil desenvolvido e o Brasil que o povo vive todos os dias, este país, infelizmente, jamais alcançará o sonhado grande destino...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.