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Crônicas
28/06/2010 - 10h13
Águas de bacalhau
Adilson Luiz Gonçalves
 

O jogo Brasil x Portugal era aguardado por muitos como o prato principal do Grupo G. Mas os resultados anteriores o transformaram em refeição comercial, quase um prato-feito, posto que as duas seleções já chegaram praticamente classificadas, restando apenas definir primeiro e segundo lugar.

Mesmo aí, no entanto, havia uma significativa disputa em campo, pois o segundo lugar poderia topar com a Espanha na fase seguinte: um prato tremendamente indigesto para qualquer freguês!

Ocorre que, independentemente do jogo valer ou não alguma coisa, não lembro de nenhum jogo amistoso contra os lusitanos, de uns tempos para cá reforçados por brasileiros. A caça impiedosa a Pelé, com três entradas violentíssimas na Copa de 1966, sempre vem à memória, lembrando que o técnico daquela seleção portuguesa também era brasileiro, Otto Glória.

Assim, era de se esperar uma refeição completa nesse jogo, que começou com entradas quentes dos dois lados, recobertas com pitadas de malícia e regadas a cartões amarelos.

O esquema montado pelo técnico português funcionava bem, mostrando que não ia ser sopa chegar à meta do goleiro Eduardo. Já a seleção brasileira, apesar da maior posse de bola não tinha a criatividade de Kaká e Robinho, nem a aplicação tática e objetividade de Elano. Júlio Batista não deu liga e apenas Nilmar mostrava qualidades, acreditando em todas e até mandando uma bola na trave. No mais, o futebol que se viu não tinha sal nem açúcar.

O fashion Cristiano Ronaldo também foi bem marcado e não fez muito mais do que Nilmar. Daí, uno-me ao coro dos que discordam de sua eleição como melhor em campo. Se alguém merecia essa menção era Lúcio, para variar, embora Júlio ave César tivesse mostrado duas vezes porque é o melhor do mundo em sua posição.

Com isso, o jogo ficou empapado no meio de campo, indigesto, com direito a tímidas vaias de um público que precisou se distrair com olas, já que do campo não saía nada de apetitoso.

A sobremesa foram mais cinco minutos que nada acrescentaram ao grude, a não ser pelo fato de, desta vez, Dunga ter substituído os ingredientes da seleção brasileira antes que Felipe Mello fizesse a massa desandar ou o angu encaroçar.

Assim, esse 0 x 0 entrou para a história como um jogo a ser esquecido, que nenhum faminto por futebol, do marmiteiro ao gourmet, mencionará, a não ser para ter o cuidado de não pedir novamente.

Mas, nem tudo foram águas de bacalhau, afinal, ambos se classificaram.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos!

Teoricamente, se o Brasil melhorar seu desempenho daqui para frente, os próximos adversários não são tão temíveis quanto os de Portugal, que já pega uma paella pela frente, ou será um cozido?

Mas Copa do Mundo não tem jogo fácil e só peru morre de véspera.

O Brasil pode chegar lá, mas precisa melhorar o tempero técnico de seu jogo.

Se não chegar, no entanto, que ganhe uma seleção inédita, para que ninguém mais chegue perto das nossas cinco estrelas...


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário (UNISANTOS e UNISANTA) e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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