26/08/2025  15h50
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
06/07/2010 - 07h05
Estádio no centro de São Paulo
Antonio Carlos Porto Araujo
 

Os eventos esportivos mundiais são um espetáculo fascinante: reúnem os melhores atletas de diferentes países, atraem um público vasto e funcionam como vitrine para as belezas (naturais, históricas, artísticas) da nação anfitriã, além de ressaltar o poder de organização de seus dirigentes e a hospitalidade de seu povo.

Por todas essas características, os grandes acontecimentos sempre foram objetos de desejo para os países. Sediar uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada é uma chance valiosa para angariar investimentos, atrair turistas e ganhar evidência.

Porém, em um mundo cada vez mais atento às questões ambientais, já não é tão simples construir um novo estádio ou criar infra-estrutura necessária para comportar um evento de dimensão mundial. A preocupação com os impactos das atividades humanas sobre a natureza tem obrigado os arquitetos a elaborar projetos sustentáveis, que tenham viabilidade ambiental e econômica comprovada.

O desafio de atender às novas exigências é enorme, mas nem por isso as cidades mais importantes do mundo abriram mão do direito de abrigar as Olimpíadas de 2016. E, para demonstrar que estarão aptas a acolher a mais célebre das competições, as concorrentes previram investimentos de bilhões de dólares em infra-estrutura.

Em meio a esse acalorado debate, vencido pelo Rio de Janeiro, um murmúrio persistente se vez ouvir nos bastidores brasileiros: as nossas cidades estariam aptas a dar conta de um evento internacional? Será que, até a data dos jogos, conseguiríamos efetuar as melhorias necessárias em nossos aeroportos e meios de transporte urbanos, sistema de segurança pública, infra-estrutura hoteleira etc.?

Além destas questões, surgem outras: a cidade de São Paulo, por exemplo, discute a conveniência de construir, para a Copa de 2014, um novo estádio de futebol, em Pirituba, conforme noticiado como intenção da prefeitura de São Paulo.

Nesse sentido, é permitido aventar outra hipótese, com vistas a comportar não apenas os jogos de futebol, mas também outras atrações.

A ideia seria construir uma arena multiuso, ampla e inteligentemente estruturada, com um caráter versátil que permitiria seu uso intenso por todos os setores da sociedade, para shows esportivos, artísticos e culturais. A cidade de São Paulo precisa de um novo estádio onde se pratique mais esporte verde. Uma nova arena multiuso, onde se apresentem como fundamento dos entretenimentos a responsabilidade social e ambiental.

Muito mais interessante do que em Pirituba, o lugar ideal para a construção desse grande complexo, com aproximadamente 300 mil metros quadrados de área, seria a região hoje apelidada de "Cracolândia", que, assolada pelo tráfico de drogas, tornou-se um triste símbolo da degradação do centro de São Paulo.

A região dispõe de localização privilegiada e ótima acessibilidade, com integração rápida e intermodal (trem, ônibus, metrô), e fica próxima da futura parada do trem-bala que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Isso representa atender um dos maiores requisitos, que é, sobretudo, viabilizar o sistema de mobilidade urbana até o local.

O atendimento a essa questão de mobilidade deve representar a mitigação de emissão de milhões de toneladas de CO2 não só para o evento Copa, mas durante toda a vida útil da nova arena multiuso, com megaeventos esportivos e de entretenimento.

Seu entorno é bem servido de hotéis e restaurantes, e um projeto de excelente potencial turístico motivaria os empresários do ramo a inaugurar e expandir estabelecimentos na região.

O aproveitamento da área resultaria em inúmeras vantagens, mas a principal delas, certamente, é a revitalização de um ponto importante da cidade. O peso simbólico da vitória da saúde sobre as drogas, da cidadania sobre a marginalidade, faria um enorme bem à autoestima dos brasileiros e fortaleceria a nossa certeza de que a redenção é possível - basta haver planejamento e disposição para agir e transformar!


Nota do Editor: Antonio Carlos Porto Araujo é consultor da área de sustentabilidade da Trevisan. E-mail: antonio.carlos@trevisan.com.br.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.