Como alguém ganha um presente há muito tempo desejado e, ao mesmo tempo em que vão as lágrimas, sorrisos e um abraço com carinho a ajuda que sempre sonhou. Essa foi à realidade presenciada quando o Nordeste Brasileiro sofreu com a estiagem na década de noventa. Em campanha pioneira, a Legião da Boa Vontade (LBV), no projeto “SOS Nordeste”, distribuiu toneladas de alimentos aos necessitados daquela região.

Tudo isso, graças a um ser que abdicou dos anseios juvenis de seu tempo. Em uma manhã fria em dois de março de 1941, José de Paiva Netto acordou pela primeira vez. À sua volta estava um Rio de Janeiro em meio à violência o descaso somados à esperança de um futuro melhor. A moleira no alto da cabeça surgiu tão desprotegida quanto à de qualquer outro bebê recém-escorregado de um universo sem pentes e barbeadores. Sessenta e nove anos mais tarde, estão 54 anos de militância ecumênica na LBV, 31 dos quais à frente da instituição. Metade de sua vida foi dedicada ao árduo trabalho de levar solidariedade com qualidade.

Desde cedo, o jornalista, radialista e escritor José de Paiva Netto sentiu o chamado de ser exemplo. Como presidir uma instituição apolítica e apartidária, quase impossível nos dias de hoje. Valendo aqui registrar, que nos tempos em que as crises mundiais se agravavam a um novo mundo pós-guerra, teve uma infância marcada pela inquietação espiritual de ordem filosófica, sociológica e política. Ele poderia ter ficado imparcial, passivo à tudo e seguir o curso normal de sua vida acadêmica, porém um profundo senso de auxílio aos necessitados mudou sua rotina de uma forma extraordinária, ainda adolescente.

Ao manter a chama acesa dos valores solidários e da qualidade de vida através de ações sociais, Paiva Netto aprendeu através de seu mentor, Alziro Zarur, o verdadeiro sentido de sua existência. E em vinte anos de assessoria pessoal, Paiva Netto colecionou títulos e menções honrosas tais como: membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI Inter), da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da International Federation of Journalists (IFJ), da Academia de Letras do Brasil Central, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e da União Brasileira de Compositores (UBC).

À frente da Legião da Boa Vontade desde 1979, Paiva Netto multiplicou os programas de Promoção Humana, Social e Educacional da Instituição, por exemplo, com suas escolas-modelo, as quais servem para projetos ainda maiores, a que ele se tem dedicado há bastante tempo: a reeducação com Espiritualidade Ecumênica, consubstanciada na Pedagogia do Afeto e na Pedagogia do Cidadão Ecumênico, que propõem um modelo novo de aprendizado, aliando cérebro e coração.

Essa proposta educacional, cuja metodologia é aplicada com sucesso na rede de ensino e nos programas sócio-educacionais desenvolvidos pela Legião da Boa Vontade, no Brasil e no exterior, está presente também nos lares para crianças, jovens e Terceira Idade.

José de Paiva Netto bem que poderia pleitear um mandato em qualquer uma das esferas políticas, mas preferiu manter-se afastado e dar contribuição às causas cotidianas que o Brasil tanto ansiou.

Com 54 anos de militância social e apartidária, o presidente da LBV é considerado por milhares de brasileiros, um político sem mandato.

Nota do Editor: Ronaldo Nóbrega Medeiros é jornalista, 25 anos de atuação na profissão. Trabalhou na Jornal AHora, Revista Nordeste Hoje, co-fundador dos sites online: Jornal Brasil, Exjure e Jornal Franquia. Hoje Editor Geral da Revista Brasília.