26/08/2025  15h32
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
20/07/2010 - 12h23
Suplentes e vices, candidatos parasitas
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O noticiário chama a atenção para a indecente farra dos suplentes. Candidatos ao Senado Federal apresentam, como suplentes, a própria mulher, o pai, o filho, o primo ou o financiador da campanha. Se eleitos, nos seus impedimentos, são substituídos por figuras na maioria das vezes despreparadas para o exercício da função, de quem o eleitorado jamais ouviu falar e que, a bem da verdade, não têm o menor compromisso com o povo ou com a Nação. Ocorre a mesma coisa com os candidatos a vice nos cargos executivos. Como não são votados, não precisam ser conhecidos e nem ter afinidade com o público. São os verdadeiros ETs que, de repente, aparecem investidos como autoridades e – o pior – decidindo sobre os destinos de todos nós.

O suplente-parasita é uma invenção da Constituinte de 1946, que criou o suplente atrelado ao candidato, em respeito ao princípio partidário. Por certo, os constituintes de então pensaram apenas nos partidos e não nos efeitos colaterais ultimamente registrados, que desmerecem a figura do suplente embora, um dia, ele possa vir a ter a mesma importância do titular. A bem da verdade, os titulares, detentores do prestígio eleitoral e dos votos, deveriam ter mais consideração com o eleitorado e apresentar suplentes mais adequados.

O outro parasita eleitoral, encarnado pelo vice dos postos executivos, é uma criação do período autoritário. Antes do movimento de 64, o vice também tinha de enfrentar uma campanha e conseguir votos para se eleger. O exemplo mais conhecido é o Jango Goulart (PTB), que foi vice de Juscelino Kubistchek (PSD) e de Jânio Quadros (PTN-PDC-UDN-PR-PL), sucedendo o segundo por ocasião da sua renúncia.

No regime militar, tanto presidentes como governadores foram eleitos indiretamente – sem a participação do eleitorado – e com os vices atrelados. Os prefeitos, sim, eram eleitos diretamente pelo povo, e tinham seus vices igualmente colados. Isso levou muita gente inexpressiva, verdadeiros “postes”, a assumirem os governos de suas cidades, com todas as implicações que a falta de representatividade pode ocasionar. Veio a redemocratização e, em vez de acabar, o vice biônico foi confirmado também para governador e presidente da República.

Num regime efetivamente democrático, todos os que pretendem assumir postos eletivos têm de passar pela eleição. As figuras do suplente de senador e do vice dos cargos executivos são indevidas. Precisam acabar com a maior urgência possível. Pena que não há tempo para fazer isso já neste ano!

Espera-se que as mesmas forças mobilizadoras pelo vitorioso processo da ficha limpa, se empenhem para banir da vida nacional as figuras biônicas do suplente de senador e do vice não eleito. Quem quiser ocupar esses postos, tem de passar primeiro pelo crivo do eleitor. Do jeito que está é, pelo menos, ilegítimo, até imoral...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.