Há menos de duas décadas tínhamos, aproximadamente, uma pessoa para cada tributo no departamento fiscal de uma empresa, o que causava um custo elevado em razão dos encargos trabalhistas para tantos colaboradores.

Alguns trabalhos eram executados, literalmente, na ponta do lápis, e, qualquer descuido ou apuração incorreta só seria constatado em caso de fiscalização, dentro do prazo decadencial, o que fazia com que a conta ficasse alta.

Para evitar surpresas desagradáveis, e aumentos nos gastos, as empresas recorriam a auditorias para adquirir segurança quanto às suas apurações.

Com o passar dos anos, começou a revolução das máquinas e da tecnologia. Com isso, a execução do trabalho deixou de ser repetitiva, ou melhor, ao inserir as informações, conseguia-se transportar as bases, o que diminuía o volume de trabalhos e, consequentemente, o quadro de colaboradores.

Como a tecnologia veio para ficar, e a cada dia se renova, com o transporte das informações tínhamos uma análise dupla, conhecida como “double check”. Na constatação de um erro, ainda havia tempo para corrigi-lo antes do conhecimento do Fisco.

Após este período, o Fisco começou a elaboração de Declarações Fiscais que se completam, ou seja, repetia informações vindas de fontes distintas, possibilitando ao órgão a análise por exclusão. Se a informação não “bateu”, intima o contribuinte.

Em um futuro muito próximo, mas muito próximo mesmo, com as informações fornecidas ao Fisco, este poderá calcular com exatidão o tributo devido antes do próprio contribuinte.

Após esta breve explanação, é importante lembrar que os empresários devem ficar atentos às informações enviadas e fornecidas às entidades fiscalizadoras, quer sejam federais, estaduais ou municipais, pois, assim que recebidos, os dados são analisados com base no que foi informado. Se as informações fornecidas foram executadas e revisadas, há uma tranquilidade a ser usufruída por bons tempos. Caso contrário, o empresário terá insônia. Nessa transição da época da apuração para a era do tributo on-line, todo cuidado é pouco.

Nota do Editor: Alberto Brumatti é associado da Terco Grant Thornton, onde atua na Divisão de Tax.