Minha casa é o ponto de encontro das amigas. Ana Maria, Ana Flávia, Carla, Eliana, Gal, Graciela, Rosana e Susana compõem esse universo que deixaria qualquer psiquiatra curioso. É nessas reuniões que, sutilmente, comento os assuntos que pretendo escrever. Recentemente li na revista Vida Simples o artigo de Ronaldo Bressane, intitulado Ele Voltou, que fala sobre a necessidade da volta do macho. Diz que está na hora dos metrossexuais darem adeus. Começa explicando que pesquisadores australianos determinaram que em seis milhões de anos o cromossomo Y desaparecerá. Não vou entrar em mais detalhes porque esse material pode ser encontrado na edição 94, do mês de julho. Muitas gargalhadas marcaram o encontro em que a piada mais simples foi não querer a reencarnação numa época dominada apenas pelo cromossomo X. Que chatice não ter mais o assunto que recheia nossas conversas, após as longas jornadas de trabalho: homens. Uma coisinha só: tenho a sorte de ter amigas batalhadoras, profissionais competentes, mães extremosas, esposas perfeitas, mulheres bonitas, inteligentes e cultas. As solteiras do grupo mostram a quantas anda o mundo lá fora. Uma taça de vinho na cabeça e lá vamos nós, máquinas vorazes dos comentários engraçados sobre os rapazes que não queremos largar, que nos matam de rir ou de raiva. Todas concordam que falta pegada nesses homens que já estão com suas gônadas contadas. Paquerar virou um problema. Nunca sabemos se o cara é metrossexual ou gay. Uma das garotas comentou de um namorado que não saia do shopping “ele ia todo dia e fazia montes de compras (só para ele, é claro)”. Num dia fazia as unhas, no outro pintava o cabelo, massagem... e, nós só no aha, aha. Então tá biba! Não resisti é perguntei se a Barbie, quer dizer o moço, mandava bem entre lençóis. Não, e os lençóis eram de 600 fios. Gay. Gay. Gay. Veredito final. Alguém teve o bom senso de dizer que o rapaz em questão é um cavalheiro antes de tudo. Que também deveríamos pensar nos motivos de um homem parecer tão frívolo. Acho que é medo de se relacionar. Que as compras, os extremos cuidados pessoais camuflam uma baita insegurança. Senti vontade de fazer a campanha “Salvem O Cromossomo Y”, para as mulheres que gostam dos rapazes másculos, que nos beijam na boca e nos carregam no colo, sem medo de amassar as calças de grife. Quem quer participar? Nota do Editor: Kátia Maranhão é jornalista. Sua trajetória registra passagens pelas grandes emissoras de TV do País – Manchete, SBT, Record e Globo. Após anos no eixo Rio-SP-Paris vive em Brasília, onde encontrou no jornalismo literário o caminho para expressar sua maturidade profissional e sua visão subjetiva da vida. Em seu blog (www.katiamaranhao.com.br), além de ensaios, compartilha fotos e filmes que revelam cenas do cotidiano - vistas por um ângulo muito próprio.
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