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Crônicas
29/07/2010 - 10h03
Ridiculous, again
Adilson Luiz Gonçalves
 

Emerson Fittipaldi, em sua primeira temporada na F1, em 1970, deu o título de campeão ao seu companheiro de equipe, Jochen Rindt.

Isso parece familiar, não? Mas vale o seguinte esclarecimento:

Emerson batera o carro de Rindt num treino e cedeu o seu ao austríaco, claramente primeiro piloto da equipe Lotus e líder do campeonato, correr o GP de Monza. Rindt morreu, num acidente. Na última prova, Fittipaldi, que já vinha em ascensão, venceu sua primeira corrida, assegurando a Rindt o título, póstumo!

Eram os tempos românticos da F1, quando os pilotos mostravam que eram bons na pista. Época em que o Brasil surpreendia o “Primeiro Mundo”, desinformado e arrogante, com um piloto jovem, cerebral, genial!

Esse início foi muito bem seguido por José Carlos Pace, apesar da fama de azarado. Piquet, meu favorito, superou quase tudo para ser um dos maiores pilotos da história, intempestivo, briguento, voraz. Senna, que já havia conseguido muito - apesar de Prost -, não teve a paciência de Schumacher para esperar a Ferrari voltar a ser grande: preferiu a Williams...

A morte de Senna nos tirou do “olimpo” da F1, sem que houvesse um sucessor a sua altura. Será que era querer demais?

Sem desmerecer os dois vice-campeonatos de Rubinho, e um, de Felipe, o Brasil desceu aos infernos desse esporte. Massa, em 2008, esteve muito próximo de conquistar um merecido título mundial, mas foi prejudicado pela absurda negligência da Ferrari, em duas corridas. Depois, em 2009, sua ascensão foi tolhida por uma porca do carro de Rubinho: “porca miséria!”, como dizem os italianos.

O GP de Hockenheim, no entanto, parece mostrar que definitivamente fomos relegados à condição subalterna, humilhante, na F1:

Rubinho, na Ferrari, já havia cumprido ordens da equipe para deixar Schumi passar, “for the championship” (pelo campeonato), como ordenou Jean Todt, em 2002; Nelsinho Piquet protagonizou um lamentável episódio, em 2009, para beneficiar Alonso; e, agora, mais uma vez com um brasileiro, Alonso e Ferrari, Massa recebeu, pausadamente, a “informação” de que o espanhol estava mais rápido do que ele, pouco depois de mostrar que poderia estar à frente, e bem, desse inegavelmente bom piloto, mas extremamente arrogante e deselegante. Embora seja impossível afirmar o sentido do “Ridiculous!” de Alonso - a menos que ele próprio seja honesto em explicá-lo -, um piloto de alto nível reclamaria de uma defesa tecnicamente bem feita de uma posição?

É... Parece que temos um “karma” com espanhóis e pistas, sejam de aeroportos ou corrida... E com a Ferrari, também!

Massa é um piloto brasileiro e não o Brasil. Ele tem uma profissão, responsabilidades contratuais e contas para pagar. Sua carreira é um problema exclusivamente dele!

Mas o que dizer de nós, que ligamos a televisão, o rádio ou o computador na internet, aos domingos, para acompanhar uma competição e torcer por um brasileiro? Dá para fazer isso com um mínimo de motivação ou esperança de vitória quando seu companheiro de equipe estiver atrás, não necessariamente “na cola”?

“Ridiculous”, sim, tem sido acompanhar a F1 nos últimos 16 anos, e ter como única expectativa a de que alguém responda, pelo rádio do “cockpit”, para glória do esporte: - “Enough!” (chega!).

Mas também devemos refletir: e se fosse o contrário?

Por isso é que tenho saudades de Emerson, Piquet e Senna; e de Jackie Stewart e Nick Lauda, também! Esses, sim, eram esportistas: pilotos que sabiam acertar máquinas e ganhar por mérito!


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é mestre em educação, escritor, engenheiro, professor universitário (UNISANTOS e UNISANTA) e compositor. E-mail: prof_adilson_luiz@yahoo.com.br.

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