Casos de morte superam 94% o mesmo período de 2009, segundo o Ministério da Saúde e em São Paulo 99 pessoas já morreram
O Ministério da Saúde divulgou, na última semana, números importantes sobre os casos de dengue registrados no Brasil. Segundo o órgão, as mortes por conta da doença quase dobraram nos primeiros quatro meses deste ano e para controlar esta situação é preciso que a população tenha ainda mais consciência sobre fatores de prevenção e os cuidados necessários para erradicar o mosquito transmissor, Aedes aegypti. Segundo Dr. Alberto Chebabo, infectologista do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica / DASA (www.delboniauriemo.com.br), a população costuma diminuir os cuidados com o acúmulo de água parada nesta época do ano, período mais seco e com baixa umidade relativa do ar. “Porém, a incidência de chuvas, mesmo que pontuais, favorece a proliferação da doença porque a fêmea do mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti, deposita seus ovos em poças de água limpa” afirma o especialista. Sob a coordenação e financiamento do Ministério da Saúde, os Estados e os Municípios têm investido em ações para combater a doença que consistem, principalmente, na eliminação dos focos de proliferação do mosquito transmissor. Como ele vive dentro das casas e têm hábitos diurnos, pequenas poças acumuladas dentro das residências ou nos quintais, como pneus velhos, vasos de planta e garrafas passam a ser reservatórios potenciais para ovos e larvas, o que facilita a proliferação. Ao picar uma pessoa infectada pelo vírus da dengue, o mosquito se torna-se transmissor ao picar outras pessoas, passando o vírus que se aloja em suas glândulas salivares. Além das campanhas de conscientização e ações de controle do mosquito, outras medidas como o saneamento básico devem ser priorizadas em áreas carentes em todas as grandes e médias cidades, inclusive com a oferta de água encanada e tratamento adequado do esgoto e coleta de lixo. “Essas medidas são essenciais no controle dos focos nas regiões mais carentes destas cidades”, conclui o Dr. Chebabo. Dicas importantes para prevenir a proliferação da Dengue - Cobrir qualquer local em que haja água acumulada, como caixas de água e tonéis; - Não guardar pneus em áreas abertas; - Manter as lajes cobertas, sem poça de água e esfregá-las, diariamente, com vassoura; - Guardar as garrafas de cabeça para baixo; - Manter os pratos em vasos de plantas sem água ou com um pouco de areia; - Esfregar, com bucha, recipientes que tenham plantas aquáticas Sintomas A partir da picada do mosquito infectado, o período de incubação da doença, em sintomas, é de 7 a 10 dias. Os primeiros sinais da doença são febre, dor de cabeça e incômodo atrás dos olhos. Na seqüência, surgem vermelhidão e coceira pelo corpo. Vírus Existem quatro sorotipos diferentes do vírus. No Brasil, estão em circulação os sorotipos 1, 2 e 3. Quem já contraiu um sorotipo não se infecta novamente pelo mesmo, mas ainda está susceptível aos outros. A Dengue é mais grave quando uma pessoa que já contraiu anteriormente um sorotipo apresenta a doença pela segunda vez por um sorotipo diferente, o que pode causar a Dengue Hemorrágica. Neste caso, há possibilidade de haver manifestações hemorrágicas, como pequenas manchas avermelhadas por todo o corpo, hematomas e queda da pressão arterial, aumentando a gravidade da doença. Quando isto ocorrer, deve-se, imediatamente, procurar atendimento médico. O sorotipo quatro do vírus ainda não foi detectado no Brasil, mas está presente em vários países vizinhos, como Venezuela, Peru e Guiana Francesa. Exames para o diagnóstico da doença - Hemograma - Sorologia, para determinar se a pessoa possui anticorpos contra o vírus da Dengue - Tipagem do Vírus, que determina o sorotipo pelo método de PCR Tratamento O tratamento depende da gravidade da doença, que pode variar desde um simples repouso e analgésicos até a internação e reposição de líquidos na veia por soro. É importante dizer que a pessoa com manifestação de Dengue não deve utilizar medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (como AAS e Aspirina, por exemplo), pois apresentam substâncias que podem aumentar o risco de hemorragias.
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