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Opinião
05/08/2010 - 17h01
Os ataques do crime organizado
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Mais uma vez o crime organizado mostra suas garras. Audaciosamente, ataca o comandante e o quartel da Rota, força de elite do policiamento ostensivo de São Paulo, e ainda incendeia automóveis sob guarda do Estado. Questionadas, as autoridades se apressam em dizer que esses agravos não se comparam aos violentos distúrbios de 2006, organizados e com o objetivo deliberado de contestar a ordem constituída. É bom mesmo que não sejam. Mas, nem por isso, e em momento algum, esses episódios devem ser minimizados ou desprezados e, muito menos, explorados eleitoralmente, por quem quer que seja.

É público e notório que o poder paralelo e ilegal existe e atua justamente no vácuo deixado pela omissão estatal. O momento exige muita reflexão, equilíbrio e determinação no exercício da autoridade. Embora agravada, a polícia já respondeu à altura e não deve partir para uma caçada desproporcional. Tem de continuar agindo dentro de sua competência legal. Nem mais e nem menos do que antes dos ataques. Fazendo as mesmas coisas que fazia antes, até mesmo para a localização e reprimenda daqueles que a atacaram.

A autoridade é do Estado. Ao constituí-lo, nos primórdios da vida social, o cidadão delegou ao Estado a responsabilidade de prover a segurança de todos. Para se desincumbir dessa delegação, o Estado constituiu sua força policial que, com o tempo, ganhou estatutos e normas de atuação, todos subordinados ao ordenamento legal. Infelizmente, em determinados momentos, sob as mais diferenciadas justificativas, a atividade policial chegou a ser desvirtuada. Ora tornou-se extremamente enérgica e ora muito frouxa, sempre seguindo determinação do Estado, o verdadeiro detentor do “imperium”.

No regime democrático em que hoje vivemos, as polícias têm a oportunidade de trabalhar no estrito cumprimento do seu dever legal. Suas atividades, obrigatoriamente, são respaldadas nas leis. Isso, algumas vezes, chega a ser confundido com fraqueza por aqueles que conheceram os tempos do arbítrio. Mas é assim que deve funcionar.

Neste momento, quando o poder paralelo parece novamente disposto a subverter a ordem, é importante que as autoridades estejam inteiramente atentas para, no momento correto, oferecer todos os recursos legais para suas forças policiais atuarem da melhor maneira e sempre dentro dos ditames da lei. Não podemos, de forma alguma, criar condições para que o caos novamente se estabeleça, levando desconforto e perigo aos encarregados dos serviços de segurança pública e pânico à população.

O Estado, por seus meios, deve à população a manutenção da tranqüilidade e da paz social. Tem obrigações a cumprir inclusive com os encarcerados e seus familiares, para evitar que estes sejam subjugados e tenham de cometer atos de violência e insubordinação à soldo do crime organizado. Tudo o que a comunidade quer é paz. E o Estado tem o dever de garanti-la...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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