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Opinião
11/08/2010 - 11h04
As mil faces da notícia
Carlos Brickmann - Observatório da Imprensa
 

Um magistrado, se disser que vidro é pedra, terá transformado o vidro em pedra; e pedra ficará sendo, até que outro magistrado, de instância superior, modifique seu julgamento. Jornalista pode ser ainda mais poderoso: além de transformar vidro em pedra, muitas vezes resiste às instâncias superiores. Luta, nega ao acusado o direito de defesa, procura rotular negativamente quem quer que tente mudar suas decisões definitivas. E, buscando aliados, alega estar lutando contra a censura, mesmo quando a Justiça determina apenas que dê a quem se sentiu prejudicado o direito de resposta.

Sejamos claros: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, e ambas não se misturam. Censura é censura. Censura é proibir os meios de comunicação de publicar notícias de que dispõem (e, mesmo que haja decisão judicial que a legalize, continua sendo censura – censura legalizada, mas sempre censura). Direito de resposta é diferente: pessoas, empresas ou instituições que não foram ouvidas, ou que considerem que seus argumentos não estão sendo corretamente expostos, o pedem, legitimamente, para que os consumidores de informação a tenham completa. E, se não são atendidos pelo veículo, recorrem à Justiça, legitimamente.

A verdade, como um diamante lapidado, tem múltiplas facetas. Calabar, para os portugueses que lutavam para retomar o domínio de toda a sua colônia brasileira, foi um traidor; para quem preferia o domínio holandês ao português, foi um herói. Ao jornalismo cabe registrar o máximo possível de facetas da verdade; e, se faceta houver que não for registrada, é dever do jornalista aceitar a reclamação de seus defensores – ou enfrentá-los na Justiça, se achar que sua reivindicação não é legítima. E, se perder, aceitar a decisão, pois censura não estará havendo.

Aliás, a aceitação de correções e acréscimo de informações tem sido muito maior nos blogs e colunas de opinião da internet do que nos meios tradicionais de comunicação. Talvez, por estar a internet ainda em fase de consolidação, seus integrantes não se sintam tão deuses quanto os astros dos meios tradicionais. Que mantenham sua postura. Como ensinavam os gregos, sempre que os mortais assumiam a postura dos deuses, provocavam a sua própria queda.


Nota do Editor: Carlos Brickmann é jornalista, diretor da Brickamann&Associados.

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