Não me quedei de amores quando surgiram as primeiras redes sociais. No entanto, aquele que não se renova, que não atualiza seus conceitos, pode padecer em vida, pois a modernidade e os avanços do progresso não perdoam os cochilos existenciais. A comunicação humana evolui a passos tão velozes que a interação da literatura com os novos padrões exige dos escritores que estejam conectados aos avanços para que o público os alcance. Ainda precisamos aprender a lidar com as novas tecnologias e definitivamente incorporá-las ao nosso novo “refazer” literário. Graças a ferramentas, como o Orkut, obtive contatos na vida real que de outra forma seriam impossíveis. Recentemente aderi a outra ferramenta que me parecia apenas um elemento superficial dentro da alta volatilidade e superficialidade de relações que as redes virtuais pareciam trazer. Mero engano. Amizades reais se concretizam, relacionamentos são construídos, iniciados e reativados. O mundo virtual invade o real, se confunde e, ambos, nesse novo ciclo do interagir humano não podem mais ser negados. Dentro do Twitter envio mensagens e procuro construir uma nova forma de comunicação com o mundo que de outra forma seria impossível. Aproveito para divulgar meus textos publicados em sites como esse, para noticiar lançamentos literários, para difundir meus pensamentos e de outros autores e para acompanhar a agenda de gente que considero interessante. Além disso, preciso me aprimorar de forma a comunicar-me com os leitores em apenas 140 toques, o que exige muito da capacidade de síntese. Será o Twitter um elemento que favorece o surgimento de uma nova forma de literatura? Deixemos que o futuro o julgue. Certamente é um mecanismo paralelo e complementar. Se terá vida longa não o sabemos. Segue, abaixo, uma lista de textos que “twittamos” para que os leitores as considerem. - A literatura é tão fora dos padrões que aos 44 anos sou, ainda, considerado um escritor “jovem”... - Se tivesse estudado mais... Acho que teria feito falta a muitos bailes, festas e não teria conhecido a minha esposa: coisas da vida! - Os 4 amigos da infância seguiram os rumos: médico, empresário, Doutor em física e Doutor em Computação. Eu, escritor, darei a versão final. - Todos os meus 4 amigos da infância casaram cedo e tiveram filhos. Aos 10 anos discutíamos Marx enquanto jogávamos War: nenhum é comunista. - Um dia um professor da oitava série me disse que eu seria alguém na vida. Ainda não sei o que quis dizer com aquilo? - Por incrível que pareça já tive o corpo malhado: o pior do saudosismo é ver o quanto ficamos chatos com o tempo! - O exercício físico eleva o espírito, queima calorias e deixou a Jane Fonda famosa! - Mesmo que ninguém me lesse, continuaria a escrever: sou um masoquista! - Estou de férias! Por isso ando escrevendo tanto. A outra alternativa do domingo à tarde é o Faustão. Você me entende, né? - O bom de perder a memória ao envelhecer é que os amigos também esquecem as nossas mancadas do passado! - O pior eleitor: aquele que vende o voto... para receber fiado! - O Fidel voltou a discursar. Tem cubano que, agora, acredita na ressurreição... - Ironia: Os americanos não são imperialistas: apenas gostam de muuuito espaço! Nota do Editor: Jurandir Araguaia é escritor goiano e publica regularmente no sítio www.jurandiraraguaia.com.
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