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Opinião
14/08/2010 - 17h13
A segurança nos hospitais
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Os vereadores de São Paulo acabam de aprovar a lei que obriga as maternidades e hospitais da cidade a colocar pulseiras eletrônicas nos bebês e monitorar as portas dos seus prédios. Pretendem, com isso, evitar o roubo de crianças. A iniciativa é meritória mas incompleta. É certo que os recém-nascidos correm risco de ser levados indevidamente mas, além deles, todos os pacientes que estejam sedados ou impossibilitados de reagir também poderão ser presas fáceis de psicopatas ou criminosos. Logo, a proteção deve ser garantida a todos os internados e até a seus acompanhantes.

Devemos entender que, além dos maníacos e criminosos que possam raptar as criancinhas, também podem ocorrer a invasão dos hospitais para a execução de desafetos e a prática de uma série de atos anti-sociais que venham a acometer a integridade dos pacientes. Não é demasiado pensar que algum louco ou interesseiro, por iniciativa própria ou a soldo de terceiros, até do crime organizado, pode invadir os estabelecimentos e contaminar a água, interromper o abastecimento de eletricidade para os centros cirúrgicos, UTIs e outros setores vitais, ou ainda cometer uma série de outros desatinos que periclitariam a vida.

Por conta da possibilidade desses ataques, todos os hospitais brasileiros deveriam, além da ala administrativa e das especialidades curativas, possuir um corpo de segurança. Afinal, lidam com vidas humanas, o maior dos bens. Toda vez que alguém se interna para qualquer tipo de procedimento de saúde, há o pressuposto de que está sob a guarda do estabelecimento e sua equipe que, além da cura, ainda garantirá a sua segurança durante a permanência. Mas isso não é rigorosamente uma verdade.

Na última quarta-feira, um bebê de apenas três horas de vida foi raptado num hospital de Apucarana (PR) por uma mulher que, em trajes que sugeria ser enfermeira, compareceu ao quarto e disse que iria levá-lo para “fazer o teste do pezinho”. Tempos depois, como a criança não voltava, a família foi buscar informações e ficou sabendo do rapto. Os dirigentes desse hospital, devem ser rigorosamente responsabilizados, pois mãe e filho estavam sob sua guarda, que revelou-se negligente. Felizmente, a criança foi encontrada horas depois, mas nem sempre ocorre esse desfecho feliz. A crônica policial também descreve dezenas, centenas, talvez milhares de casos, onde pacientes envolvidos em crimes acabam assassinados no leito hospitalar. É uma distorção, pois o hospital deve ser responsável por aqueles sob sua custódia.

Foi-se o tempo em que se podia viver uma vida simplória e sem desconfianças. Hoje, os hospitais têm o dever de zelar pela segurança de seus pacientes, como fazem grandes empresas, condomínios e indústrias. Manter o velho esquema de portas simplesmente abertas pode ser, até, criminoso...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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