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Opinião
22/08/2010 - 17h08
Qual o índice do valor humano
Anderson Cavalcante
 

O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) divulgou, no dia 11 de agosto, um indicador inédito no mundo: o IVH – Índice de Valores Humanos, o qual retrata as vivências dos brasileiros nas áreas de educação, saúde e trabalho, e busca tornar a discussão sobre a importância dos valores para o desenvolvimento humano mais palpável.

O IVH é um projeto piloto realizado no Brasil com o objetivo de se tornar uma metodologia capaz de medir o desenvolvimento de forma mais humana, indicando o grau de respeito a valores nas áreas de saúde, conhecimento e padrão de vida, as mesmas categorias levadas em conta no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), e sua elaboração partiu do conceito de que os valores são formados nas experiências das pessoas, captando suas percepções sobre situações vivenciadas no dia a dia. Assim como o IDH, o Índice de Valores Humanos varia de 0 a 1. Contudo, qual a importância dos valores para o desenvolvimento do ser humano?

O conceito de valor é parte do estudo de inúmeras ciências, da sociologia à psicologia, passando pela filosofia, economia e política e tem sido investigado e conceituado por diversas áreas do conhecimento. Existem valores que são universais, como igualdade, liberdade e fraternidade, mas que, infelizmente, nem sempre são praticados e respeitados em sua plenitude.

Além disso, há também os valores que construímos a partir das nossas experiências e vivências, esses são responsáveis, segundo a Psicologia, por algo em torno de 50% do nosso caráter e funcionam como indicadores para nortear nossos caminhos, definem nosso comportamento perante o cotidiano. São os valores como amor, honestidade, respeito, justiça, e outros que dão relevância para nossas atitudes no dia-a-dia. É a partir deles que damos ou não importância às coisas, distinguimos o bem do mal, definimos os caminhos a seguir em busca do nosso desejado destino e, especialmente, realização da nossa missão de vida.

O PNUD destaca a importância dessa medição classificando o trabalho como "problema da sociedade moderna". Para o órgão, o trabalho é um elemento de inclusão social e de ampliação da cidadania no âmbito das políticas públicas. Por isso, "o conflito aparece quando o sujeito confronta o que deseja ser e fazer com aquilo que ele, por razões muitas vezes ignoradas, efetivamente escolheu realizar como opção profissional".

O maior subíndice registrado é o ligado ao trabalho, calculado em 0,79, o que significa que, no ambiente de trabalho, os brasileiros experimentam mais situações positivas do que negativas. Em seguida está o referente à educação (0,54), e, em último lugar, o da saúde (0,45).

O PNUD cita o trabalho como “problema da sociedade moderna”, e destaca que os conflitos surgem para um trabalhador no momento que ele sabe o que deseja e quer fazer na vida profissional e, por diversas razões ignoradas, acaba deixando de lado e seguindo por outros caminhos aos quais não sonhava.

A questão trabalho, ligada principalmente a liberdade e reciprocidade, é uma demonstração absolutamente positiva da busca saudável pela realização profissional. Quando os valores de colaboradores e empresas são contrários, as visões e, consequentemente, missões de ambas as partes tendem a se opor também. Passamos grande parte dos nossos dias em nossos empregos e é de extrema importância poder ser quem somos, e trocarmos ideias e experiências com nossas principais companhias diárias.

A dimensão da educação, a qual destaca, principalmente, os valores da convivência, demonstra que a maioria dos brasileiros (35,7%) considera que o objetivo dos conhecimentos adquiridos nas escolas deve ser, prioritariamente, a formação de bons cidadãos. Entretanto, essa percentagem é seguida de perto por aqueles que pensam que a conquista de um emprego deve ser o objetivo da educação (30,5%). Somente 23,3% da população priorizam a formação de uma boa pessoa por meio da educação, e uma mínima parcela (10,5%) pensa na educação como um caminho para uma boa vida.

Ou seja, os valores medidos pelo PNDU são uma tentativa de materializar a relevância de certos valores na vida dos brasileiros, para auxiliar, baseados nesses parâmetros, na construção e melhorias de uma nova realidade da qual desejamos. Podemos começar agora com cada pequena atitude e contribuir com essa grande obra para que o país possa formar cidadãos com valores dignos de orgulho. Assim, poderemos cada vez mais experimentar e curtir um Brasil que todos têm o prazer de viver.


Nota do Editor: Anderson Cavalcante é administrador de empresas com ênfase em Marketing e MBC pela University of Florida. É empresário e ministra palestras para diversas empresas do país que buscam realizar ações lucrativas e humanizadas. Foi reconhecido, em 2004, como o palestrante mais jovem do Brasil por realizar palestras para empresários no exterior, no evento Expo Business Japan. É autor dos best-sellers “O que realmente importa?”; “As coisas boas da vida”, lançado também na Europa, entre outras obras produzidas pela Editora Gente. No Brasil, seus livros já venderam mais de 410 mil exemplares. Para outras informações, acesse www.andersoncavalcante.com.br.

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