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Opinião
23/08/2010 - 11h08
Um povo infantil
Rodrigo Constantino - Instituto Liberal
 

Estava quase na hora de jantar, e assumi o risco de uma grave indigestão para assistir, pela primeira vez, o programa eleitoral do PT no horário “gratuito” na TV. Minha filha de oito anos estava ao meu lado, e apesar de impróprio para menores, resolvi deixá-la assistir a indecência de nossa política. Sua reação me fez refletir sobre algo bastante óbvio até, mas que a esperança nos leva a reprimir com freqüência.

O programa é um show de embuste, do começo ao fim. Os marqueteiros tentam criar uma personagem que não chega nem perto de existir. Transformaram Dilma numa pessoa dócil, apaixonada pelo conhecimento e pela liberdade, que sempre lutou pela democracia, que foi uma supermãe carinhosa, e que praticamente tocou o governo Lula sozinha. Os fatos se perdem em meio a tanta mentira.

Onde está aquela jovem Dilma que sonhava em transformar o Brasil numa grande Cuba, que casou cedo com um terrorista, que fez parte de organizações criminosas e que pegou em armas, não para defender a democracia, mas sim para lutar por uma ditadura comunista? Onde está a Dilma fria, dura, insensível que qualquer um pode ver nas entrevistas ao vivo? E a Dilma do PAC que quase não saiu do papel? Desapareceu por completo. Foi transformada numa heroína sensível e eficiente que sempre combateu pela democracia.

E a reação da minha filha? Como ela sabe que eu não suporto o PT, ela quis saber o motivo. Afinal, aquela mulher sorridente parecia tão boa... Será que papai é injusto? Tive que explicar que aquilo era propaganda enganosa, com personagens inventados; manipulação pura. Tive que ensiná-la a ser mais cética, a não aceitar passivamente, de imediato, tudo aquilo que falam para ela (nem mesmo o que eu falo). Tive que educá-la, mostrando que o conhecimento deve ser buscado de forma independente, evitando as armadilhas no caminho, os enganadores que tentam vender as lindas roupas invisíveis que ninguém consegue enxergar de fato. “Lembre-se que até na Branca de Neve a bruxa se disfarça para enganá-la!”

Foi quando tive que me dar conta daquilo que tento evitar, para manter as falsas esperanças: o povo brasileiro é infantil. O povo age exatamente como uma criança de oito anos, louco para acreditar no primeiro embusteiro que aparece para falar coisas boas. Mas, como sabia Aldous Huxley, os fatos não deixam de existir porque são ignorados. Será que o povo terá que amadurecer the hard way?


Nota do Editor: Rodrigo Constantino é economista formado pela PUC-RJ, com MBA de Finanças no IBMEC, trabalha no mercado financeiro desde 1997, como analista de empresas e depois administrador de portfolio. Autor de dois livros: Prisioneiros da Liberdade, e Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT, pela editora Soler. Está lançando o terceiro livro sobre as idéias de Ayn Rand, pela Documenta Histórica Editora. Membro fundador do Instituto Millenium. Articulista nos sites Diego Casagrande e Ratio pro Libertas, assim como para os Institutos Millenium e Liberal. Escreve para a Revista Voto-RS também. Possui um blog (rodrigoconstantino.blogspot.com) para a divulgação de seus artigos.

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