- Eu só falo mentiras, sou mentiroso nato, compulsivo, patológico. - Jura? - Juro. - Mas se você só mente, como posso acreditar em você? - Como assim? Admito que minto, oras! - Vejamos: se você só mente, então quando diz que é mentiroso, está mentindo, portanto, não é mentiroso. Mas se não é mentiroso, está falando a verdade, logo, é sincero quando diz que mente, ou seja, é mentiroso. - Não entendi nada... - Pura lógica! Afirmar que é mentiroso é um paradoxo, implica em contradição, que você é e não é mentiroso ao mesmo tempo. - Como assim é e não é ao mesmo tempo? Absurdo isso, continuo sem entender. - E além de mentiroso é burro. - Pois se digo que amasso-lhe o nariz a murros, acredite em mim, não minto. - Calma, é brincadeira. Menti quando disse que era burro.
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