Quem nunca ouviu a expressão, memória de elefante? Conta-se que certo alfaiate indiano enfiou uma agulha na tromba de um elefante e, anos mais tarde, quando o animal reencontrou o alfaiate, encheu a tromba d’água e despejou sobre o homem, prova de sua boa memória. Por certo o leitor desse artigo perguntará. O que eu tenho a ver com a tal memória de elefante? Muito, pode ter certeza. Voltamos a viver os velhos tempos de campanha eleitoral e eles voltaram, os bons e os maus políticos com seus sorrisos, abraços, santinhos e o pedido: “Eleitor preciso do teu voto!” É também a oportunidade que temos de banir os oportunistas de sempre, os falsos políticos que prometem ilusões, os que protegem seus pares e estão se lixando para opinião pública, os que metem a mão nos cofres públicos e sempre se reelegem, pois isso acontece por não gostarmos de política. É hora de procurarmos identificar os candidatos honestos, decentes e com conhecimento, se faltar um desses itens, não vote nesse candidato escolha outro que respeite você como cidadão. Pesquise e principalmente relembre dos que tiveram envolvidos nos escândalos. Não podemos ser ignorantes nessa hora frente a mediocridades. Nosso voto não pode ser comprado por jingles de campanhas e abraço de candidato que agora reconhece você como a pessoa mais importante em sua vida. A sociedade tornou-se refém de muitos deles, que são prodigiosos em fazer promessas de campanha, que não cumprem. É preciso refletir e analisar muito antes de votar. Outrossim, palavras como saúde, segurança, educação e emprego deveriam ser banidas do vocabulário dos candidatos a cargo político, pois muitos desconhecem os problemas sociais, e a forma como resolvê-los. Como em uma apresentação artística, transformistas políticos buscam encantar o desavisado eleitor, incapaz de perceber a diferença entre a realidade e a fumaça da encenação. Por outro lado é grande o número de candidatos sem o mínimo de conhecimento, apenas por estarem na mídia como atores, cantores e jogadores de futebol, buscam apenas os privilégios da classe política, como se aposentar com oito anos de serviço. Sendo que muitos deles sem a mínima condição de ocupar a função de síndico no prédio onde moram. Já ouviram falar nas criativas leis que instituíram o dia do sexo, o direito de sermos felizes, a que proíbe que animais de estimação recebam nomes de gente, a que deu o nome para uma cidade como a capital do boné ou a que criou a semana do feijão com arroz, toda essa legislação foi obra de um exaustivo trabalho, que é realizado em média três dias por semana de um político que foi eleito por nós que não gostamos de política. Cuidado com soluções milagrosas prometidas, impossíveis de serem realizadas, saiba que depois de eleitos através do nosso voto, vem também à herança maldita, os apoiadores de campanha premiados pelo seu trabalho de carregadores de bandeira que ingressam na máquina administrativa em cargos de confiança pagos por nós contribuintes. Isso é uma agressão à ética e ao povo que vê em certos políticos, os piores exemplos de conduta, e de práticas delituosas ao longo do mandato. Neste próximo pleito temos a obrigação de analisar quem são os nossos candidatos, veja se eles não estiveram envolvidos em nenhum escândalo, os projetos que apresentaram e principalmente se trabalharam por nós e não contra nós. Embora nós eleitores não tenhamos uma excelente memória para guardar tudo em nossa cabeça, e por não termos, pagamos caro pela conduta de certos políticos, é hora de mudarmos nossa postura. Por favor, sejamos desta vez eleitores com memória de elefante. Nota do Editor: Ronaldo José Sindermann (sindermann@terra.com.br) é advogado em Porto Alegre, RS.
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