O brasileiro está acostumado a conviver com inflação, a carestia e uma série de ações e omissões de grupos e governos, que levam o povo a descrer dos políticos, da sociedade e até das instituições. Isso justifica o endêmico falar mal das coisas. Muitos falam mal (até do país) por puro modismo, apenas da boca para fora pois, se fizessem uma análise mais detida do quadro geral, não falariam. Nação jovem – se comparada à Europa, por exemplo – o Brasil ainda tem muita coisa a consolidar. Mas o exemplo de trabalho de suas classes produtivas é inegável e nos levou à condição de oitava economia do mundo. Bastou o governo não atrapalhar tanto, para chegarmos lá. E se continuar não atrapalhando e corrigindo os próprios erros, o grande futuro é inevitável, com reais benefícios para todos. A forma com que o Brasil enfrentou a recente crise econômica mundial nos dá a certeza de que temos, realmente, um país maduro e pronto para melhores dias. A simples desoneração fiscal em alguns setores foi capaz de enfrentar e expulsar o fantasma da crise, que assombrou os mais tradicionais centros da economia mundial e, aqui, não conseguiu fazer mais do que caretas. Isso nos leva, invariavelmente, ao raciocínio de que, se diminuir a carga tributária em sentido geral, o Brasil se transformará num grande tigre econômico, valendo-se do próprio mercado. Os produtos aqui manufaturados chegando ao mercado a preços mais compatíveis dará um duro golpe no contrabando que, na maioria das vezes, se justifica exclusivamente pelo preço menor da mercadoria vinda de fora (sem pagar impostos). Quem não vai gostar disso é o Paraguai, vendedor de maior parte da muamba trazida ao Brasil. Mas isso é problema deles, que pouco se incomodam com os problemas brasileiros. Pelo contrário, muitas vezes, os potencializam. O governo, de uma forma geral, tem de eliminar seus gastos fora da atividade fim e investir todos os recursos possíveis na saúde (para garantir a integridade da população), na educação (para dar oportunidade no mercado de trabalho) e na assistência social, para socorrer temporariamente aqueles que hoje tenham dificuldades. Com esses elementos básicos, conseguirá substituir o círculo vicioso (da crítica e da reclamação) pelo círculo virtuoso (do progresso e do bem-estar). Governos, entidades representativas da sociedade civil e todas as forças da comunidade deveriam unir esforços e lutar por coisas básicas como a desoneração fiscal. Ela será a pedra de toque para o vigor permanente da economia nacional. Com impostos menores, nossos produtos serão competitivos, o povo poderá adquiri-los com maior facilidade e, havendo produção, voltaremos a ter emprego pleno. São itens que tornam mais possível a almejada “felicidade geral da nação” e que as experiências recentes, demonstraram serem plenamente possíveis. Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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