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Opinião
04/09/2010 - 17h01
Uma velhice longe dos livros!
Galeno Amorim
 

Cada vez mais governos, clubes de serviço, sindicatos e empresas vêm se ocupando de projetos e programas para tentar alavancar a prática da leitura na sociedade. As estatísticas oficiais até melhoram nesta década (enquanto os brasileiros acima de 15 anos liam 1,8 livro por ano em 2001, em 2008 o índice nacional de leitura, medido entre a população acima de cinco anos de idade, já estava em 4,7 livros por habitante/ano), mas custam a chegar a uma faixa da população em que muitos sempre imaginaram que seria a idade ideal para tirar das prateleiras obras que por muito tempo permaneceram esquecidas nas estantes.

Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, entre os brasileiros que já passaram dos 60 anos os índices de leitura não são nada animadores. Apesar de, teoricamente, terem mais tempo livre e uma vida pelo menos um pouco mais sossegada, os sessentões se distanciaram da leitura enquanto ocupação para o tempo ocioso.

Só 3% dos 95 milhões de brasileiros que juram de pés juntos terem lido pelo menos um livro nos três meses anteriores possuem mais de 60 anos. Enquanto entre os adolescentes o índice chega a sete ou oito livros lidos por ano, acima dos 60 anos esse número despenca para dois – ou para um único livro lido a cada 12 meses, acima dos 70.

A dona de casa Reni de Souza Cardoso ajuda a engrossar essa estatística. Aos 65 anos, diz que não tem muita paciência para a leitura. “Eu até recebo revistas na minha casa. Abro e dou uma lidinha, mas logo perco a paciência. Então, deixo para lá...”, diz ela.

Apesar de reconhecer a importância da leitura para a sua vida, Reni atribui essa falta de interesse ao dia tumultuado e aos afazeres domésticos.

É justamente para mudar esse quadro que tem surgido, cada vez mais, e por toda parte, iniciativas como o Projeto Leitura na Melhor Idade, de Ponta Grossa (PR), ou o Leitura não tem Idade, que acontece em parceria com Grupos de Terceira Idade em várias regiões do Brasil.

Nos dois casos, os objetivos vão de desenvolver e exercitar a mente ou relembrar a infância e a juventude ou pelo puro prazer de fazer viagens irresistíveis ao mundo mágico da literatura.


Nota do Editor: Galeno Amorim (www.blogdogaleno.com.br) é jornalista, escritor e diretor do Observatório do Livro e Leitura. Criou o Plano Nacional do Livro e Leitura, no Governo Lula, e é considerado um dos maiores especialistas do tema Livro e Leitura na América Latina.

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