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Opinião
05/09/2010 - 08h55
Economia verde, inclusiva e responsável
Paulo Itacarambi - Pauta Social
 

“Economia verde, inclusiva e responsável: o caminho adiante para as empresas no século 21”. Esta expressão reflete, mais que um modismo, o anseio mundial para que as empresas participem mais ativamente da solução dos problemas que afetam o planeta e põem em risco a própria existência da espécie humana.

Para dar conta dessas demandas, é preciso entender que, para os negócios, o século 21 começou sob o signo de duas crises – a financeira e a climática –, que se abrem em múltiplas oportunidades, desde que a empresa esteja disposta a mudar a maneira de fazer negócio e, com isso, transformar também o mercado e a sociedade.

Esta nova economia que vem surgindo tem tido várias denominações e, por isso, muitos chegam a se confundir. No entanto, há diferenças importantes.

Um dos primeiros nomes a surgir na mídia foi o de “economia de baixo carbono”, associada às preocupações com os impactos das mudanças climáticas no planeta. Nesta visão, o esforço para capturar e reduzir emissões dos gases de efeito estufa (principalmente o gás carbônico) é entendido como prioridade número um. Por isso, em nível mundial, empresas e governos vêm sendo cobrados para que adotem inventários de emissões e ações para reduzir e até mesmo zerar o carbono.

Ao refletir mais profundamente sobre o aquecimento global, no entanto, um segmento cada vez maior da sociedade vem se conscientizando de que capturar e reduzir não é suficiente. O planeta tem recursos limitados, finitos e alguns deles, imprescindíveis para a continuidade da espécie, estão praticamente esgotados ou escassos, como a água. Assim, não basta reduzir as emissões. É preciso também racionalizar o uso desses recursos, por meio de reciclagem, de desenvolvimento de alternativas etc. Além de gastar menos recursos naturais, precisamos também recuperá-los, mantê-los e valorizar os serviços que eles nos prestam, chamados de “serviços ambientais”.

O que é, afinal, um serviço ambiental? É o nome “técnico” dado à capacidade que a natureza tem de regular o clima, fornecer água potável, solos férteis, florestas, ar limpo e biodiversidade. Estes serviços, até bem pouco tempo atrás, eram considerados “infinitos” e “autorrecuperáveis”, não havendo, portanto, a necessidade de preservá-los. A consciência de que são finitos e necessitam de “cuidados” para não cessarem fez surgir outra visão de economia, mais ampla que a de baixo carbono: a economia “verde”, que tem os limites do planeta como paradigma. Esta visão procura integrar os processos de produção aos serviços ambientais, valorizando estes últimos, preservando os ecossistemas, entendendo-os como a base material da produção, aumentando a ecoeficiência e respeitando os limites do planeta.

As empresas já perceberam as incontáveis oportunidades abertas por este novo modo de lidar com a natureza e vão se posicionando com soluções e tecnologias de baixo impacto ambiental.

Afinal, atender essa demanda da sociedade pode significar a substituição da maior parte dos produtos atuais e a reestruturação da quase totalidade do parque industrial em operação.

No entanto, essa perspectiva ainda não é suficiente para a sustentabilidade. Ainda é preciso dar conta da distribuição mais equitativa da riqueza, aumentar a participação do trabalho em relação à riqueza gerada, desenvolver as comunidades e valorizar as atividades que não entram no PIB. É preciso também mudar as relações sociais, porque onde há desigualdade falta ética.

Enfim, é preciso associar as dimensões sociais e éticas à tendência de crescimento da economia verde. Precisamos de uma “economia verde, inclusiva e responsável” para construir a sociedade sustentável que almejamos. Uma economia em que processos, produtos e serviços sejam desenhados para preservar a integridade ecológica do planeta e promover o desenvolvimento equilibrado das comunidades, bem como criar oportunidades de acesso a consumo, a renda e a direitos, num ambiente de confiança, diálogo e democracia.


Nota do Editor: Paulo Itacarambi é vice-presidente executivo do Instituto Ethos.

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