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Opinião
07/09/2010 - 10h09
A criação de empregos (na China)
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A concorrência chinesa é cada dia maior. Desde que abandonou o comunismo e aceitou as leis de mercado, o país mais populoso do mundo tornou-se uma ameaça. Primeiro vieram as quinquilharias, depois os artigos falsificados ou pirateados e ultimamente é a disputa aberta com produtos que se comparam aos de outras regiões, mas chegam ao consumidor com preços imbatíveis. Justifica-se que os chineses usam trabalho semi-escravo, não pagam imposto, não primam pela segurança etc. Mas eles estão aí.

O Brasil possui hoje, quase 40 mil empresas importadoras, que trazem de ternos a automóveis, favorecidas pelo câmbio e outras vantagens aos produtos internacionais, especialmente os chineses. O número de importadoras é o dobro do das exportadoras e está crescendo vertiginosamente. Isso preocupa porque rompe o equilíbrio comercial e, principalmente, gera no exterior os empregos que deveriam ser gerados aqui. A moeda brasileira vai criar empregos para chineses, coreanos, taiwaneses e outros, enquanto o consumidor brasileiro não tem de onde tirar o seu sustento.

Tradicionalmente, as economias desenvolvidas do mundo adquirem produtos manufaturados de regiões onde a incidência de mão-de-obra e de tributos é menor. Mas isso ocorre como opção e depois que a mão-de-obra local já está ocupada ou é direcionada para atividades estratégicas ou mais bem remuneradas. Mesmo assim, os governos mantêm programas de seguro desemprego para que os cidadãos não corram o risco de ficar sem a renda básica para a subsistência. Isso não ocorre no Brasil, onde os auxílios e bolsas podem ser importantes mas não se comparam, aos programas do chamado primeiro mundo.

O Brasil é uma grande economia mas ainda sofre dos males do subdesenvolvimento. Ao mesmo tempo em que a classe empresarial demonstra capacidade e fôlego para grandes empreendimentos, o governo é um voraz arrecadador de impostos e não cumpre com a sua tarefa (na maioria das vezes constitucional) de oferecer serviços públicos de qualidade. Também não desenvolve políticas que garantam o pleno emprego, só existente no discurso fácil das campanhas eleitorais.

O momento é de grande preocupação. Há casos de grandes corporações brasileiras que mudaram seus negócios para a China (e tratam o tema como tabu) para fugirem dos impostos e da pesada estrutura trabalhista. Deixaram de criar empregos aqui para criá-los lá, mas continuam aqui vendendo seus produtos.

O governo, a universidade e a sociedade deveriam estar preocupados com isso e buscando a retomada do equilíbrio. Sem renda, o consumidor, que também é trabalhador, deixa de consumir e se marginaliza. Torna-se presa fácil do crime e passa a viver do contrabando, do tráfico e de outras atividades criminosas. Permitir que isso aconteça é, no mínimo, um crime contra as futuras gerações...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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