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Opinião
14/09/2010 - 07h00
Sustentabilidade e a perenidade das organizações
Lucas Copelli
 

Durante as várias décadas que seguiram a revolução industrial, o desenvolvimento tecnológico e econômico da sociedade foi baseado na exploração irresponsável dos recursos naturais e descaso com desigualdades sociais.

Contudo, a própria degradação ambiental e a calamidade social nos conduziu a um novo modo de pensar. Foi na recente década de 80 que se introduziu o conceito de Desenvolvimento Sustentável pela ONU, no relatório Nosso Futuro Comum, propondo uma visão de planejamento e operação das atividades humanas capaz de contemplar a complexidade dos problemas globais no curto e longo prazo.

A transição do modelo de desenvolvimento anterior rumo ao modelo da sustentabilidade tem sido, portanto, o grande desafio enfrentado pelas empresas, governos e sociedade nos dias atuais.

Como fazer isso em uma organização? Uma organização sustentável desenvolve suas premissas e práticas gerenciais de modo a encontrar o ponto de equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental.

Toda a operação deve ser economicamente viável, claro, uma vez que a empresa precisa se manter competitiva, ter lucros para remunerar seus acionistas e reinvestir no negócio, desenvolver novas tecnologias, crescer, gerar novos empregos e garantir sua perenidade no mercado. Mas, além dos resultados financeiros, deve também buscar relações comerciais mais justas, reduzir progressivamente os impactos ambientais de suas atividades e reforçar seu papel de agente estruturante de uma comunidade mais equilibrada.

Este movimento em busca da sustentabilidade com competitividade exige primordialmente a incorporação de uma nova mentalidade pelos líderes da organização, que devem enxergar este novo cenário como uma verdadeira alavanca de crescimento para o negócio. Não bastam ações isoladas ou filantropia, mas uma mudança de cultura. Repensar os processos produtivos para reduzir o consumo de energia e a emissão de poluentes, intensificar a utilização de matérias-primas recicladas e recicláveis, entre outras, pode e deve levar à inovação, transformando riscos em oportunidades nascidas a partir deste novo contexto.

Os critérios na avaliação e definição de fornecedores e parceiros também devem ser revistos e aprimorados, pois estes, além das vantagens econômicas, devem apresentar alinhamento com os valores da empresa, em um contínuo processo de diálogo. O mesmo comprometimento se espera dos colaboradores, que precisam enxergar a sustentabilidade no contexto do negócio e encaixá-la no cotidiano de suas atividades, inseridos em um ambiente onde possam desenvolver as competências e habilidades necessárias para pensar e agir de maneira nova.

Para formar esta cultura organizacional de sustentabilidade, é necessário um esforço contínuo de educação, mobilização e capacitação, com o propósito de legitimar e concretizar as crenças sócio-ambientais que orientam a atuação da empresa. É necessário compartilhar coletivamente a visão de que é possível conduzir os negócios de um jeito mais ético e transparente, definindo objetivos, metas e indicadores claros para mensurar os resultados da empresa também na esfera sócio-ambiental.

Pesquisas recentes mostram que colaboradores se sentem mais motivados trabalhando em empresas sustentáveis, porque enxergam mais significado em sua atividade. Os clientes, por sua vez, começam a preferir as empresas mais éticas e humanizadas, que compartilham sua visão de mundo, e estão dispostos a pagar por produtos ambientalmente responsáveis e socialmente justos, que combinem utilidade, conveniência e valor.

O reflexo desta nova mentalidade já começa a se refletir nos empréstimos junto a instituições financeiras, que oferecem taxas de juros mais atrativas a empresas com processos produtivos sustentáveis. No mercado de ações, existe uma tendência mundial dos investidores procurarem empresas sustentáveis para aplicar seus recursos, por consideram que estas geram valor no longo prazo por estarem mais preparadas para enfrentar riscos. Neste cenário, a BOVESPA criou em 2005 o ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial, que tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com políticas claras de respeito à responsabilidade social e ambiental de seus empreendimentos.

Assim, a sustentabilidade é definitivamente o novo modelo de desenvolvimento de negócios. Empresas sustentáveis são lucrativas, competitivas, inovadoras, éticas e responsáveis. Têm um valor real porque contribuem de fato com a sociedade, encontrando na sustentabilidade o ponto de partida para construírem sua perenidade.


Nota do Editor: Lucas Copelli é sócio-diretor da Vallua Consultoria.

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