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Opinião
15/09/2010 - 11h19
Eu troco sim o meu voto por mais dinheiro
Mauro Calil
 

O título deste artigo pode dar margem a conclusões precipitadas, passionais ou, ainda, equivocadas, como, por exemplo, de que eu estaria fazendo apologia a um crime eleitoral. Não é nada disso. Somente vou tentar mostrar ao leitor que ele deve ter, também, um ponto de vista financeiro ao escolher seu candidato.

Repare que usei a palavra "mais", ou seja, já assumo que todos nós eleitores trocamos nossos votos por dinheiro. Isso é verdade quando votamos por saneamento básico, estudo gratuito de qualidade ou mais empregos. Para mim, é evidente que mais emprego significará mais trabalho e, portanto, mais dinheiro em forma de salário. Saneamento básico significa menos gastos com remédios e, portanto, mais dinheiro sobrando no orçamento doméstico. Estudo melhor e gratuito significa menor gasto com formação educacional e melhor carreira profissional, portanto, mais uma vez, mais dinheiro.

De certa forma, todos nós trocamos nosso voto por um melhor orçamento doméstico, ou seja, por dinheiro. Em meu ponto de vista, esse pensamento deve ser ampliado e a moeda de troca deve ser explícita e sem pudor. Afinal, o político também não sairia candidato se não houvesse salário algum depois de eleito.

Veja um exemplo claro do que só pode ser mudado através do voto: o FGTS. Todo mês 8% do salário nominal dos que têm carteira assinada (CLT) são recolhidos pelo empregador e depositados no FGTS que rende apenas 3% ao ano, acrescido de TR. Apesar da falácia de que o FGTS é o dinheiro sagrado do trabalhador, tal rentabilidade perde para a inflação, que tem oscilado em torno de 5% ao ano. Além disso, podemos lembrar que, se o trabalhador quer comprar uma casa, cuja construção foi financiada com recursos do FGTS, pagará algo como 12% ao ano. Ou seja, tem alguém tomando dinheiro emprestado do trabalhador, pagando 3% ao ano + TR, e cobrando, do mesmo trabalhador, 12% ao ano + INCC sobre um dinheiro de propriedade dele mesmo.

Diante deste cenário, segue a pergunta: quem defende o FGTS está defendendo o dinheiro do trabalhador?

Se a resposta não estiver clara, podemos lembrar dos casos em que o FGTS pôde ser usado para aplicações nos fundos da Petrobras e da Vale. Na época, muitos fizeram passeatas e manifestações, até com alguma violência. Hoje, mesmo depois da crise de 2008, ninguém duvida que qualquer investimento é melhor que o FGTS. No entanto, os mesmos que eram contra tal movimentação de recursos à época, parecem ter esquecido das OPA do Banco do Brasil e da OPA da Petrobras (ocorridas ou por ocorrer em 2010), onde se poderia ter dado melhor destino ao FGTS que os pífios 3% ao ano + TR.

A troca do voto por mais dinheiro não pára por aí. Enquanto escrevo este texto, o impostômetro (www.impostometro.com.br), em sua frenética atualização, mostra que já pagamos mais de R$ 850 bilhões em impostos neste ano. E a prova de que impostos mais adequados são saudáveis à economia foi dada pelo governo federal quando reduziu alíquotas de IPI nos automóveis e na linha branca.

Eu quero trocar meu voto por mais dinheiro. Aos políticos dispostos a honrar a troca, por favor, entrem em contato ou manifestem-se no horário eleitoral gratuito. E, antes de saírem dizendo que dinheiro não traz felicidade, afirmação com a qual eu concordo plenamente, lembrem-se que, na verdade, é a, miséria, a barriga vazia, ou seja, a falta de dinheiro que traz tristeza.


Nota do Editor: Mauro Calil é professor e educador financeiro, fundador do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil&Calil.

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