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Opinião
16/09/2010 - 17h02
O fim da utopia cubana
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Cuba, a musa inspiradora de muitos de nossos políticos, acaba de anunciar o maior choque em sua economia. Vai demitir um em cada oito servidores públicos, para manter em pé a sua economia que, desde o esfacelamento da União Soviética, não é subsidiada mais pelo chamado “ouro de Moscou”. Fidel e o seu irmão Raúl Castro hoje têm de manter um país solvente e, por isso, acabaram por abrir mão de princípios ideológicos que, durante décadas, irresponsavelmente, tentaram exportar para toda a América Latina e África. Aproximadamente 500 mil servidores públicos cubanos terão de cair na real e viver na economia de mercado.

A guinada cubana provoca as mais diferenciadas interrogações. A principal delas está ligada à crença de que uma considerável parte dos trabalhadores que agora serão incentivados a participar de cooperativas ou a montar o próprio negócio, deverá dar com os burros n’água, pois não tem experiência e nem cacoete para o empreendedorismo. E nem poderia ter, pois o país os manteve como agregados do Estado por cinco décadas. Se não derem certo como trabalhadores privados, o quê deles fazer? É um dilema para o governo socialista da ilha.

O recuo cubano serve de lição para os deslumbrados que, durante décadas, incensaram o modelo adotado por Fidel Castro e chegaram a tentar adotá-lo nos outros países, inclusive no Brasil. Esses indivíduos – alguns hoje colocados em posições de destaque – devem fazer autocrítica e, à luz dos acontecimentos de hoje, serem gratos àqueles que, ao longo do tempo, os impediram de “cubanizar” a nossa política, economia e relações sociais. Se nem para Cuba o modelo serviu, imagine-se o quê se daria em outros países. No nosso Brasil, de costumes mais liberais, a adoção do modelo cubano seria, no mínimo, o seu escacho e falência antecipada. Tudo poderia terminam em samba...

O desenlace cubano serve de exemplo para o mundo. Um povo jamais poderá viver sob um regime importado e imposto. O sistema local deve, obrigatoriamente, ser resultado do cruzamento da história, das habilidades, de variáveis contemporâneas e da cultura do próprio povo. As ideologias têm de se amoldarem à ordem local, não o contrário. É por conta disso que a dita exportação da revolução cubana foi o maior fiasco das últimas décadas. O regime, quando muito, poderia servir a Cuba, mas os novos acontecimentos levam à conclusão de que nem para Cuba servia.

Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador, Colômbia e demais países da região devem estar atentos ao dia-a-dia cubano. Agora não é mais uma questão de, como muitos pretendiam, “importar” o que deu certo na ilha. O mais sensato é prestar bastante atenção para não correr o risco de adotar o mau exemplo.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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