Em uma dessas manhãs, antes das 8 horas, estando no terminal de ônibus urbanos, presenciei um coletivo diferente dos amarelinhos que por ali circulam. Da empresa União do Litoral, chegava de Ladainha. Pessoas humildes desembarcaram; espremidamente, devido ao ínfimo espaço entre os carros do momento e um piso sujo, se esforçaram no resgate de suas bagagens para depois tomarem seus rumos. Certamente são trabalhadores e trabalhadoras fugindo das condições piores deste país. Em outra manhã, parando no posto Kamomê, no bairro da Estufa, vi cena semelhante - de coletivo parando -, porém, a empresa era Reunidas. Também vi pessoas humildes, mas pude perceber que várias delas eram turistas se dirigindo para algum pedaço de paraíso. Desta vez fugindo também de condições piores: de centros urbanos que exigem um anticotidiano, conforme termo da Sociologia do Turismo. O que as duas situações têm em comum? Em ambas não é difícil constatar que os locais são improvisados, as pessoas precisam “dar pulos”. Será que nossos visitantes (trabalhadores ou turistas) precisam continuar recebendo tal (des)tratamento? Também não passa da hora deste município ter um terminal de ônibus capaz de causar orgulho? José Ronaldo dos Santos ronaldo.jrszero@gmail.com
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