Os brasileiros são participantes cada vez mais ativos das redes sociais na internet. Pesquisas demonstram que 70% dos perfis no Orkut têm origem no Brasil; a participação de brasileiros no Facebook vem crescendo rapidamente e o tráfego no Twitter está cada vez mais relevante, sendo o primeiro país latino-americano a aparecer nas estatísticas com 7%.

Hoje, a navegação nestes ambientes é a terceira atividade que mais ocupa tempo dos usuários na internet, atrás apenas de visitação a portais e o uso de comunicadores instantâneos e e-mail. Assim, não se pode ignorar o fato de que aquilo que é publicado nestas páginas virtuais tem mais visibilidade do que muitos outros tipos de exposição.

Durante as sessões de coaching e aulas que ministro, muitas vezes me perguntam sobre qual a conduta ideal a ser seguida no ambiente digital. Sempre respondo: seja um só. Aqui e lá são partes integrantes do mesmo palco, e não existem bastidores.

O que deve ficar claro é que não é mais possível separar a imagem pessoal da imagem profissional. De fato, as redes tornaram-se um grande aliado das empresas na avaliação de candidatos a vagas de emprego, prestadores de serviços e mesmo funcionários. Por isso, é preciso ficar sempre atento para não se expor de maneira indevida na internet.

As fotos e vídeos publicados, as opiniões trocadas em mensagens, as comunidades escolhidas, enfim, tudo aquilo que consta no seu perfil, se explícito ou mal interpretado, pode comprometer sua imagem profissional, criando conseqüências que podem ser devastadoras.

O que dizer de um colaborador engajado na comunidade "Eu odeio meu chefe?", ou em qualquer outra que vá contra os princípios da organização em que ele trabalha? Ou aquele fornecedor que publica fotos pessoais em poses ou situações inapropriadas? Até mesmo os erros gramaticais podem tirar pontos nesta avaliação.

Outro aspecto importante é que, nestes ambientes virtuais, as pessoas tendem a expor suas opiniões mais abertamente, sem o freio existente no ambiente de trabalho. A conduta na internet, no entanto, não pode divergir do seu perfil profissional.

Se levarmos em consideração o conservadorismo e a competição existentes no mundo corporativo, decisões erradas no mundo virtual podem arranhar definitivamente sua reputação, sua imagem profissional e colocar em risco a sua carreira.

Nota do Editor: Lucas Copelli é sócio-diretor da Vallua Consultoria de Gestão. Atua nos setores de agronegócios, automobilístico, bens de consumo, energia e saúde, por meio das práticas de planejamento estratégico, marketing e branding. Anteriormente, atuou na McKinsey, Accenture, Promon Ventures e Aché Laboratórios. Graduado em engenharia pela UNICAMP e pós-graduado em marketing pela ESPM.