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Opinião
21/09/2010 - 07h01
O flanelinha, o camelô e o mercado
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

No vácuo do exercício da autoridade pelos titulares dos poderes públicos, o “flanelinha”, ou “guardador de veículos” tornou-se uma praga nacional. Durante muito tempo as autoridades o toleraram diante do demagógico entendimento de que o país estava em crise e era melhor ele estar ocupado em guardar veículos do que obrigado a roubar para sobreviver. Diante das esfarrapadas desculpas, a atividade instalou-se e hoje tem, em São Paulo, até um sindicato que promete conferir legalidade e segurança jurídica para o seu exercício.

Nas grandes e médias cidades brasileiras - especialmente nas proximidades de repartições, casas de espetáculos, praças esportivas e outros pontos de grande afluência de público - ninguém consegue estacionar seu veículo sem ser extorquido pelo flanelinha que, muitas das vezes, dita o preço e ameaça o compelido cliente. Até nos locais onde há a cobrança de Zona Azul, somos obrigados a também pagar os guardadores para não termos o veículo riscado, pneu furado ou represália pior. Ele se apossou do nosso direito de utilização das vias públicas, que deveria ser garantido (pelo poder público) mediante o pagamento dos impostos. Há casos de prefeitos, vereadores e outros políticos demagogos que, mesmo sabendo da inconveniência e da injustiça da atividade para com toda a população, ainda pretendem oficializar o flanelinha.

Está no momento de aproveitar o bom desempenho da economia brasileira para resolver o problema em caráter definitivo. Em vez de fazer vistas grossas ao tal guardador de veículos que, na verdade, só cobra mas não guarda absolutamente nada, o poder público e as entidades sociais deveriam direcioná-los para o trabalho em atividades realmente necessárias e legalizadas.

Apesar de termos um grande contingente de desempregados, o mercado informa a existência de milhares de vagas para pedreiro, pintor de paredes, jardineiro, marceneiro, garçon, padeiro e outros profissionais que se formam com treinamento básico. Os flanelinhas deveriam ser encaminhados para cursos de treinamento juntamente com os demais desempregados deste país e, com isso, estaríamos resolvendo dois problemas: o da falta de profissionais basicamente treinados e o da existência dos trabalhadores ilegais das vias públicas. Nesse contingente também poderiam ser incluídos camelôs e biscateiros que vivem do subemprego e, via de regra, são explorados por contrabandistas e outros criminosos e contraventores.

Temos um país de economia forte que agora registra a falta de braços para diferentes atividades. Nada mais adequado do que carrear para essas atividades os indivíduos que hoje sobrevivem de atividades ilegais e, muitas vezes, carecem até da caridade do povo para garantir o pão de casa dia.

O flanelinha e o camelô de hoje podem ser o profissional de sucesso de amanhã. É preciso pensar e investir nessa idéia...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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