Na questão eleitoral, pretendo oferecer aos cidadãos de Ubatuba, sobretudo aos professores e pais, uma reflexão para qualquer tempo. Novamente é tempo de política. Há tempo para a política? Ou todo dia, do nascimento à morte, vivemos um período de política? A escola deveria ser um lugar privilegiado para despertar uma nova geração, livre do analfabetismo político. Nesta direção eu farei dois comentários a partir de situações concretas: 1º) No mês de agosto, logo após ter iniciado o horário eleitoral gratuito, fui ao colégio Capitão Deolindo devolver um livro a um amigo que lá leciona. Na sala dos professores escutei esta pérola: “O meu voto é de protesto. Vou votar no Tiririca”. É admissível tal postura, sobretudo se, há décadas, vemos e ouvimos a categoria dos mestres se lamentando por todos os lugares? Protesto nós fazíamos no tempo da ditadura, quando só era permitido os dois partidos e a oposição da esperança não podia se manifestar ou estava exilada. 2º) Depois, numa das ruas da cidade, encontrei a professora X. Assim que me viu, logo foi comentando, neste teor, a sua indignação: “Que situação! Estamos há 16 anos num modelo de administração no Estado de São Paulo, se lamentando pelas condições de trabalho, pelas decepções e frustrações no nosso trabalho na sala de aula. Mas, veja só: parece que o mesmo pessoal e o mesmo modelo que aí está vai continuar por mais alguns anos”. O que deduzir desta segunda fala? O comodismo ou, pior ainda, a omissão está incorporada na categoria dos professores (a principal responsável pela formação dos novos cidadãos). Para onde vai a Educação? A verdade mais evidente é o cansaço, a desmotivação pesando nos ombros dos mestres. Quer conferir? Basta ir a qualquer escola pública e constatar as ausências e as feições, sobretudo do pessoal docente. Votar bem é meio caminho andado. Wendell Pestallozzi wenllozzi@gmail.com
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