Dia Nacional e Internacional do Idoso
Dia 27 de setembro, conforme deliberação da Comissão de Educação do Senado Federal, foi instituído o Dia Nacional do Idoso, em 1999. Anos antes, em 1982, a ONU - Organização das Nações Unidas criou o Dia Internacional do Idoso, comemorado em 1º de outubro. Não é, portanto, por falta de datas comemorativas, que o idoso deixa de ser festejado em nosso país, que já tem hoje mais de 23 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos. E como o envelhecimento populacional no país tem ocorrido de maneira rápida, isso poderá provocar uma situação caótica até que se consiga adequar as políticas públicas a essa faixa etária. Por isso, ganha importância o estudo de meios que possam interligar o atendimento aos idosos em todas as suas necessidades, desde o acolhimento social até a atenção básica à saúde bucal. Esta constatação, somada a dados do programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde, nos conduz a outra perspectiva alarmante, uma vez que cerca de 30 milhões de brasileiros já não têm mais nenhum dente natural. E recente pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, realizada em parceria com a Organização Mundial da Saúde, revela que nosso país é líder no total de inválidos orais em todo o mundo, já que a perda de dentes, seja total ou parcial, leva ao início de uma doença conhecida como atrofia óssea maxilar, que provoca um processo de destruição da estrutura bucal. Ela já atinge 70% da população acima de 45 anos, caracterizando dessa forma um grave problema de saúde no Brasil. Esse problema ganha contornos mais sérios com a propagação da popular dentadura, disseminada basicamente como alternativa para as classes D e E. São próteses parciais ou totais que, usadas em substituição aos dentes perdidos, apoiam-se sobre o tecido gengival, mas que, porém, com o impacto do uso diário, acabam por provocar perda óssea. Segundo estudos, é muito difícil encontrar uma pessoa na fase adulta que não tenha perdido pelo menos quatro dentes. Dados da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo revelam que 37,2% dos adultos usam prótese na arcada superior e 16,4% na inferior. Entre a população de idosos, assim considerados os adultos com mais de 60 anos, os números são ainda mais impressionantes: 76,1% usam prótese superior e 52,1% na arcada inferior. O Brasil tem metade de sua população sem acesso a consultórios dentários e finalmente está acordando para um problema de saúde que afeta quase a totalidade dos brasileiros: a perda de dentes. Quem perde um ou mais dentes, perde várias funções que causam uma série de problemas correlatos: dificuldades na articulação e na alimentação, nevralgias, dor de cabeça, atrofia do osso, impotência ou inapetência sexual, complicações cardiovasculares, problemas de visão e também problemas na parte estética e em sua auto-estima. Felizmente, de alguns anos para cá, o Governo e o Ministério da Saúde estão se conscientizando da necessidade de se privilegiar a saúde bucal da população como um todo e dos idosos em especial. Não apenas por razões estéticas, mas principalmente por saberem que uma boa saúde geral passa primeiro pela saúde dos dentes e da boca. E por saberem que, com os avanços da odontologia, em especial a odontologia holística, também conhecida como medicina odontológica, todos os problemas passaram a ter solução. Nota do Editor: Cícero Lascala (cicero.lascala@gmail.com) é mestre e doutor em Diagnóstico Bucal pela USP (Universidade de São Paulo) e especialista em ortodontia, periodontia, ortopedia facial e ortopedia funcional dos maxilares.
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