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Opinião
29/09/2010 - 11h00
Os velhos bebês
Nicolau Amaral
 

A expectativa de vida vem aumentando dia-a-dia. Hoje, principalmente na classe média, existe um vasto contingente com mais de 80 anos, como nunca houve na história da humanidade. Eu mesmo, sexagenário, tenho pai vivo e a maioria dos meus amigos ainda tem pais ou mães beirando os 90 anos de idade.

O que parece ser uma maravilha não é bem assim, tanto para o idoso como para seus familiares. O mal de Alzheimer vem ameaçando a maioria desta população, tornando-a totalmente dependente de seus familiares, ou mesmo de especialistas para o trato desses pacientes.

Essa semana fui fazer um exame de rotina e no consultório havia uma senhora ainda com boa aparência pela sua suposta idade, acompanhada da filha e de uma enfermeira. Na sala de espera esta mesma senhora começou a falar frases desconexas e, assim que a filha saiu por alguns minutos, começou a chorar como um bebê, causando estupefação em todos os presentes que, como eu, não haviam percebido o estágio da doença que ela atravessava. Parecia uma criança assustada com a ausência da mãe, com seus olhinhos aterrorizados demonstrando o pavor que estava sentido.

Já vi esse mesmo olhar de medo e pânico em vários pais e mães de amigos. Já vi também muitos velhinhos chorando amedrontados como crianças diante do desconhecido. Confesso que fiquei arrasado ao presenciar o fato, mas sei que esta é uma realidade que daqui para frente será vista e percebida cada vez mais e por todos nós, independentemente de ter ou não filhos, pois estes não representam mais segurança nenhuma diante do triste quadro do envelhecimento dos seus progenitores.

Essa bomba social do envelhecimento ainda não conseguiu despertar o interesse dos que governam nosso país, mas é certo que alcançará todos que não morrerem jovens, já que até o momento nada de concreto e factível foi implantado.

A população vem envelhecendo a passos galopantes e, exceto o inócuo Estatuto do Idoso, nada foi planejado nem criado para tentar minimizar esse lamentável futuro que nos espera.

As famílias estão cada vez menores e os idosos cada vez mais pobres. Se o Estado não implantar políticas efetivas para proteger e abrigar essa população, o problema só tende a crescer.

Como sugestão, acho que é hora de se começar a estudar e planejar a criação de cursos de cuidadores, bem como a implantação de creches de idosos que, provavelmente, não conseguirão acabar com todo o problema, mas minimizarão em muito tanto para os familiares, como para os milhares de idosos, que hoje se tornaram bebês com muita idade.


Nota do Editor: Nicolau Amaral é empresário da área de Comunicação. E-mail: nicolau.amaral@nacom.com.br.

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