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Opinião
07/10/2010 - 07h04
A greve, a democracia e a clientela
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Os bancários estão em greve há mais de uma semana, já fecharam mais de 7 mil agências em todo o país, e o movimento é crescente. Greve – há de se entender – é um dos direitos do trabalhador. Mas será muito difícil ganhar a adesão ou, pelo menos, a simpatia do usuário prejudicado pela falta dos serviços. Bancários e banqueiros deveriam pôr suas mãos na consciência e terem um pouco mais de respeito com a clientela, razão única da existência tanto empregados quanto de empregadores. Sem o cliente, eles não terão o que fazer e nem de quem cobrar as volumosas taxas que hoje atropelam o consumidor.

A greve é a cessação voluntária do trabalho com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Logo, não pode ser acompanhada de piquetes que impeçam o trabalho daqueles que não desejem parar e nem o acesso dos clientes dos serviços. Infelizmente, desde o começo, o que deveria ser pura e simplesmente um movimento reivindicatório, tornou-se instrumento de ação política que já provocou muita dor-de-cabeça tanto no Brasil quanto em outros países. Trabalhadores insuflados por falsos líderes já cometeram muitos desatinos e patrões ou dirigentes também comportaram-se indevidamente, tornando difícil uma relação que deveria fluir normalmente entre o capital e o trabalho.

Bom será o dia em que trabalhadores e empregadores deixarem de se comportar como figuras antagônicas e sejam capazes de celebrar acordos sensatos que os permitam a ambos terem remuneradas devidamente suas atividades e, principalmente, atender bem à clientela. Quando isso vier a ocorrer, teremos atingido a maturidade política e trabalhista e a sociedade será a grande beneficiada.

A incerteza quanto ao funcionamento de sua agência bancária é insuportável para o cliente. Mesmo com toda a tecnologia do serviço eletrônico, existem serviços que só podem ser executados de forma presencial, na agência do banco. Quando ela está fechada e assim permanece por dias a fio, o prejuízo é certo. Daí, sempre que puder, o cliente vai fugir do serviço.

Embora seja direito certo do trabalhador, a greve não pode ser o primeiro, mas o último recurso a se empregar num movimento reivindicatório. As partes têm de agir com bom senso e jamais recorrerem à cultura do “quanto pior, melhor”. E as autoridades – muitas delas hoje surgidas do movimento sindical e das próprias greves – têm o dever de ofício de acompanhar e arbitrar os movimentos para evitar os excessos. Isso também faz parte da democracia que, infelizmente, muitos aplaudem mas não praticam no seu dia-a-dia. É preciso mudar...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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