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SEÇÃO
Crônicas
21/10/2010 - 15h29
A professora do doutor
Marcos Costa Filho
 

Dr. Lauro, com uma brilhante carreira médica, chegara há pouco tempo à cidade. Um excelente clínico. Um pesquisador de primeira linha. Estava regressando da Europa onde havia apresentado, em congressos de vários países, resultados de suas pesquisas. Em três dias por semana dedicava apenas um turno para atender pacientes em seu consultório. Sempre, agenda cheia.

Certo dia, na sala de espera, uma senhora aposentada dirigiu-se à secretária:

- Moça, por favor, confira aqui se minha consulta é hoje mesmo.

- Sim, senhora, certinho. É outubro e o dia é quinze.

Momentos após, a secretária chamou D. Luiza e levou-a a adentrar no consultório.

- Com licença... Doutor? - Falou a paciente ao entrar na sala.

- Bom dia Professora Luiza! Por favor, sente-se. Fique à vontade...

- Sabe quem sou, com certeza, pela informação de sua secretária, não é?

- Não, Professora, eu a reconheceria em qualquer outro lugar.

- Mas, Doutor, desde um tempo em que...

- Sim, em que eu era um menino, que não nos vemos. É isto?

- Assim eu ia dizer! Mas então, como...?

- É bem verdade que minha secretária ao preencher sua ficha colocou nela os dados que me permitiriam identificá-la, mesmo que eu não a reconhecesse à primeira vista. Mas, esta sua voz... bastou suas poucas palavras e eu revivi os momentos de minha infância.

- Mas, Doutor, naquele tempo...

- Ah!... eu era um guri travesso, arredio à obediência...

- Assim como são os guris, saudáveis, por terem muita energia.

- Professora! Não pense que me esqueci do peralta que eu era.

- Doutor, isto não importa. Acompanho nos jornais sua carreira. O sucesso dos alunos é a maior alegria do professor como recompensa ao seu trabalho.

- Posso lhe garantir, Professora, que o começo de tudo foi na sua sala de aula.

- Aquela sala pequena daquele grupo escolar no meio da pracinha do quartel?

- Sim, pois foi ali que aprendi a juntar as letras e formar as primeiras palavras sob os seus ensinamentos. Foi o alicerce sólido que me proporcionou, no correr da vida, adicionar os conhecimentos necessários para seguir meu rumo profissional. O doutorado e tudo mais que eu faça além dele, nada mais é do que um continuado construir sobre, digamos, aquela “pedra fundamental do saber” que a Senhora, competentemente, colocou em mim.

- Doutor, ainda bem que estou no seu consultório, porque ao ouvir este relato, minha alegria é tamanha que meu velho coração pode não aguentar.

- Então, estamos nas mesmas condições e vamos acalentar estas emoções. Permita-me abraçá-la. Coincidentemente, no dia em que reencontro minha primeira professora, é o Dia do Professor.

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