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Opinião
23/10/2010 - 13h12
O (risco de) colapso na aviação
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Só nos primeiros oito meses deste ano, 99 milhões de brasileiros viajaram de avião em vôos domésticos e internacionais. Isso representa um aumento de 46% em relação ao mesmo período de 2009. Bom, se analisarmos em números absolutos, mas preocupante se pensarmos que esse aumento de demanda exige a adaptação da infra-estrutura aeroportuária, que já está no limite de sua capacidade, e um considerável incremento na oferta de mão-de-obra para as companhias aéreas, hoje atendidas, mas de forma crítica.

É verdade que o aumento na demanda do transporte aéreo se deve, em parte, à prática de tarifas consideravelmente baixas. Mas ninguém pode negar que a guerra entre as operadoras do setor levou ao sucateamento dos serviços. Começou pela substituição da sofisticada refeição de bordo pela reles barrinha de cereais e seguiu-se pelo emagrecimento das equipes de bordo, redução do salário médio da tripulação e – segundo alguns especulam – até pela baixa na qualidade da manutenção das aeronaves. Apesar do avanço tecnológico, tudo, hoje, está muito longe da sofisticação dos velhos tempos ta Varig, Vasp, Transbrasil, Panair e até das operadoras de menor porte.

Nos aviões de hoje existem mais assentos do que o recomendável, levando o passageiro a viajar desconfortavelmente. E, pior que isso, é a falta de pilotos e mecânicos para as aeronaves. Essa mão-de-obra está se evadindo do Brasil porque o mercado externo, especialmente os países orientais e Emirados Árabes, pagam salários infinitamente maiores do que as companhias brasileiras. É um problema grave e preocupante. O nosso crescente mercado não pode padecer da falta de pilotos e mecânicos, principalmente porque somos um país de dimensões continentais, onde o avião é peça fundamental de integração.

Formar um piloto comercial custa R$ 120 mil e demora de 2 e meio a 3 anos. As estatísticas revelam que de 500 iniciantes do curso, apenas 50 o concluem, e o principal motivo é o seu alto custo. Já há um programa oficial que oferece 75% de bolsa. Mas ainda é pouco diante da magnitude do problema. A aviação comercial é um negócio do qual dependem muitos outros negócios e o próprio desenvolvimento e segurança do país. O governo e as autoridades do setor têm de agir rápido para evitar o colapso. O aumento da demanda e o êxodo de pilotos e demais profissionais do setor são incompatíveis e perigosos.

Precisamos, urgentemente, resolver a questão aeroportuária e buscar a operação sustentável das empresas transportadoras. Só a prática de tarifas baixas não é o suficiente. De nada adiantará a passagem custar preços populares se não garantirem o avião disponível para nos levar ao destino. Precisamos de transporte aéreo regular e confiável, tanto em relação ao cumprimento das escalas quanto à manutenção do equipamento. O passageiro espera poder contar com essa prestação de serviço, sem demora e nem desculpas. Disso depende o desenvolvimento e o bem-estar nacionais...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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