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Crônicas
31/10/2010 - 15h54
Do que eu sou feito...
Wellington Cruvinel
 

Às vezes me pergunto do que sou feito, mas, afinal, quem não se pergunta isso, seja uma retórica, desabafo ou sangria pra dar conta de algum recado. Seja como for estou naqueles dias em que tudo que sinto me faz perguntar: do que sou feito??? Antes à retórica a insensatez humana que são quase a mesma coisa dependendo do ângulo que se olha.

Hoje sou feito de pedaços de amores desfeitos, pouca grana e nenhum zelo. Mas pode ser que amanhã isso mude. Hoje sou feito de uma despedida que eu não quis, de um sonho que morreu devagarinho, um sonho que foi morrendo assim, com a respiração lenta, poética, e depois ficou forte de repente pra buscar ar não sei onde e tentar resgatar a mim e a minha esperança. Depois bufou e morreu. Ficou lá meu sonho, paradinho, singelo, e se dissipou no ar.

Fico aqui meio de luto, sabendo que um dia de certo terei outro sonho. Ah! Mas esse era tão bonito que dá dó. Que seja, quando um sonho se vai, ficamos meio abobados mesmo, tão desprovidos que quando acordamos batemos no peito e nos perguntamos: de que sou feito afinal?!!! Hoje sou feito de uma espécie esquisita de luto, por que um sonho gostoso morreu, mas eu não.

Amanhã serei feito de algo novo, mutável, desconhecido. Dá até um certo medo, uma mágoa porque aquele sonho me preenchia, e sinto raiva, querendo culpar Deus porque o sonho morreu. Mas sei que Deus não tem culpa e os sonhos são como as pessoas de certa maneira, porque algumas pessoas acreditam que têm que evoluir e a evolução do sonho deveria ser tornar-se real, e não morrer à míngua.

Hoje, agora, um pedacinho de mim é feito de um sonho que morreu. E o restante é feito de esperança. Fico assim, meio sem rumo, um pensamento besta de: e agora??? Mas isso passa, e logo lá estarei eu, me enamorando de novos sonhos, cultivando-os para que não pereçam e alcancem a razão de seu destino, e eu as razões do meu.

Amanhã serei feito de algo novo, de várias coisas e sentimentos novos. E o que um sonho falecido não tira da gente nunca, é o que aprendemos quando lutamos por ele, quando abrimos mão de tantas coisas por esse sonho, que refém de si mesmo se vai, se deixa partir num último suspiro.

Do que sou feito? Lá no íntimo penso: apenas da esperança de um dia voltar a sonhar.

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