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Opinião
02/11/2010 - 13h02
Educação em favor da sustentabilidade
Alexandre Hernandez - Pauta Social
 

Quando fui convidado, há alguns meses, para ministrar um módulo sobre sustentabilidade no curso Formação de Líderes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), fiquei muito entusiasmado com a oportunidade. Depois de trabalhar por mais de dez anos com o tema, é muito gratificante verificar que a sustentabilidade realmente ganhou importância nos diversos setores da economia e também se intensificou na área financeira.

Para elaborar o conteúdo do módulo, que ministrarei em conjunto com a consultoria Finanças Sustentáveis, realizei uma série de pesquisas, tanto em materiais de cursos ministrados anteriormente por mim e minha equipe da Keyassociados, como em materiais de referência sobre o tema. Paralelamente, também fiz algumas consultas aos programas de outros cursos de extensão e pós-graduação, de modo a consolidar um programa moderno e adequado para a apresentação.

Essa pesquisa não agregou muito na formatação do módulo do curso da Febraban. De qualquer maneira, permitiu-me identificar uma realidade surpreendente. Hoje, do pré-primário à pós-graduação, praticamente todos os estudantes estão expostos a conceitos relativos à sustentabilidade e, teoricamente, são estimulados a adotá-los em seu cotidiano. No caso dos profissionais, o objetivo é que o tema seja colocado entre as prioridades na gestão das empresas.

Esta é, inclusive, minha expectativa em relação à apresentação para os bancários participantes do curso da Febraban: quero que compreendam que a questão da sustentabilidade empresarial é um caminho inexorável das organizações e que, especialmente no setor financeiro, aliar os aspectos sociais e ambientais às variáveis econômicas é fator competitivo e gerador de valor nas decisões empresariais. Além disso, o tema tem de estar presente nas várias decisões dentro de uma organização, desde o processo de análise de riscos e de decisão de investimentos, passando pelos processos internos de eco-eficiência e desaguando na responsabilidade social e imagem corporativa.

Mas, diante dos meus objetivos e do interesse pelo tema, tanto dos profissionais que estão participando do programa da Febraban como de outros vários executivos que têm freqüentado cursos em que o termo sustentabilidade pelo menos aparece em destaque no programa, fico surpreso de ver muito poucos resultados concretos nas operações das empresas.

O fato é que as práticas da maioria das companhias que se dizem sustentáveis ainda estão muito distantes do conceito básico. Ou seja, cientes da importância do tema e preocupadas em não perder a fatia do mercado consumidor que realmente se importa com essas questões, fazem de tudo para parecerem “verdes”. São atitudes muitas vezes desesperadas por meio das quais tentam até mesmo mascarar ações com práticas que apenas se pretendem sustentáveis. É o que chamamos “greenwashing”.

O termo é aplicado para designar procedimentos utilizados por organizações (empresa, governo etc.) com o objetivo de dar à opinião pública uma imagem ecológica e socialmente responsável dos seus serviços ou produtos, ou mesmo da própria organização.

Isso pode gerar duas situações bastante problemáticas. A mais grave se verifica nos casos em que a organização tem, na prática, uma atuação contrária aos interesses e bens sociais e ambientais. Neste sentido, o que pode parecer um bom argumento de venda, se descoberto pelo público final pode comprometer sua imagem. A outra situação é quando a postura teoricamente sustentável não vai além de uma ferramenta de marketing. Um exemplo disso são as ações em favor da preservação ambiental cujo orçamento é dezenas ou até centenas de vezes inferior ao montante aplicado na divulgação das mesmas ações. Claro que está muito aquém da minha pretensão e até mesmo das minhas condições garantir que meus alunos, desse e de outros curso ministrados ao longo da minha carreira, desenvolvam, em suas empresas, ações que reflitam uma compreensão abrangente e crítica da sustentabilidade e não sejam mero greenwashing. De qualquer maneira, todos os meus esforços serão feitos no sentido de favorecer tal postura. Afinal, a melhor forma de evitar greenwashing amanhã é garantindo que a educação dos profissionais que estarão à frente dos projetos também não seja greenwashing.


Nota do Editor: Alexandre Hernandez é diretor da Keyassociados. Formado em engenharia mecânica, tem pós-graduação em administração industrial pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini.

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