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SEÇÃO
Crônicas
18/11/2010 - 15h01
Caminhada
Vany Grizante
 

Exercícios físicos são muito importantes. Com essa ideia em mente, eu e minha amiga de infância nos propusemos a caminhar pelas ruas do bairro, duas vezes por semana, faça chuva ou faça sol. E creio que merecemos os parabéns por termos vencido a preguiça inicial e nos aventurado por tardes frias, de chuva fina e vento cortante, munidas apenas de nossa boa vontade.

Tanto insistimos naquele início de primavera - e tamanha era nossa determinação - que nossos amigos lá em cima não mais fazem virar o tempo como faziam: de sol e céu azul para chuva e frio inoportunos, exatamente nos cinco minutos anteriores ao horário marcado para nossas caminhadas, tentando nos desestimular a continuar. Desistiram! Ultimamente, temos encontrado um tempo firme e agradável para nossos exercícios semanais, acrescidos da vantagem do horário de verão.

Certo é que as ruas de São Paulo não são exatamente o melhor lugar do mundo para se caminhar: à parte a questão básica de segurança, existem outros probleminhas intrínsecos, como a fumaça dos incontáveis carros e as calçadas esburacadas e muitas vezes intransitáveis. Ainda que tenhamos escolhido locais residenciais e bem arborizados, atravessar ruas no horário do rush ou desviar de calçamentos inadequados muitas vezes atrapalha o bom andamento do... bem, do nosso andamento.

Minha amiga e eu, além de andarmos em plena metrópole, cometemos mais um grave erro durante nossas caminhadas, segundo ela me afirmou: conversamos sem parar durante todo o trajeto, ou seja, cerca de uma hora e meia, duas vezes por semana. E essa conversa ininterrupta, muitas vezes intercalada por risos, atrapalha a concentração do caminhar, perturba o ritmo da respiração e nos desvia do objetivo final, que é o condicionamento físico pura e simplesmente...

Mas concordamos que isso é irrelevante. Além de caminharmos quase sempre sem sentir o tempo e os carros passarem e fazer com que nossa amizade se fortaleça, ainda temos um bônus: atualizamos nossas alegrias e decepções, destilamos nossas angústias, rimos com nossas aventuras e desventuras. Fazemos um apanhado geral da semana, do trabalho, dos filhos, dos pais, dos amigos, dos amores e desamores embutidos no dia-a-dia. Falamos de tudo, desde cabelos e unhas até o sentido da vida; trocamos receitas e confidências, ideias malucas e impressões sobre a alma. Enfim, nossos exercícios físicos são muito mais que apenas isso: minha amiga de infância define os dias em que vamos caminhar pelas ruas do bairro, faça chuva ou faça sol, como uma verdadeira terapia.

Concordo com ela em gênero, número, grau, distância, tempo... Opa, cuidado com o ônibus!


Nota do Editor: Vany Grizante (vanygriz@gmail.com) é arquiteta e escritora em São Paulo, SP. Escreve no site "Recanto das Letras" desde 2007. Publicou o livro "Abelhas sem Teto e outras crônicas" pela Editora All Print e participou da coletânea "Universo paulistano vol. II" da Editora Andross, ambos em 2010. Sua tese de mestrado sobre ambiente de trabalho na indústria encontra-se disponível para download no site: www.teses.usp.br.
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