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Opinião
21/11/2010 - 14h13
A Barbie e o Enem
Maria Cristina Schefer - Pauta Social
 
As questões educativas de gênero

Onipresente, mas não se sabe bem em que escola, a Barbie dá o “ar da sua graça”. Afinal, quem poderia instruir a donzela que tem barcos, trailers, aviões, academias e até um foguete? Sendo americana, a Barbie domina uma das línguas melhor cotadas no Brasil. Língua que aprova, reprova, elitiza. Enquanto escrevo este texto, e você o lê (em Português), mais notas altas estão elevando o currículo cor-de-rosa dessa estrangeira, naturalizada (em vários países), ovacionada, desejada. Mesmo sem falar o Português, ela está em primeiro lugar em tudo. Ah! garota nacional, global, universal! O quê? O Enem não é concurso de beleza? Não tem problema, a Barbie passaria na prova. Ela é tudo de bom! Encantadora, provocante, mesmo sem os “olhos de ressaca da Capitu” ou a “pele morena da Gabriela”.

Já as “pobres meninas”, que atravessaram a infância com uma Barbie na mão, feito a Kristina de Souza, a Gisely Ramos e a Greici Quéli da Silva, não têm jeito, precisarão fazer o exame. E agora? Terão repertório? Que leituras fizeram? Eu, pelo menos, nunca soube de uma Barbie bibliotecária. E, se tivessem lançado essa boneca, que obras será que ela indicaria? A paixão segundo GH? Vidas secas? As primeiras estórias? Algo da Martha? Não, isso cansaria sua beleza. E a Barbie não quer problemas. Jamais demitiria a empregada, nem perderia tempo com questões de retirantes nordestinos ou travessias de superação. E, acima de tudo, nunca, alguém tão bem-resolvido precisaria de um divã.

No máximo, nossa puritana poderia sugerir uma versão fashion (esquadrão) da “Letra Escarbarbie”... Mas nem tudo está perdido, o Enem traz questões objetivas, assim, talvez “as meninas pobres” possam solucioná-las marcando um X nas opções B. Vá que saia um bom resultado da misturinha!... É improvável! Mães!: BINGO! “a mão que segura o brinquedo é a mesma mão que fará a(s) prova(s)”. E, nessa(s) hora(s), de nada valerão os exercícios com batons, unhas, saltos e demais apetrechos dos kits comprados com muito esforço. Restará às reprovadas uma segunda opção: a universidade particular paga (vai sobrar menos para os esmaltes), mas poderão comemorar do mesmo jeito. Ser universitária é chique! E tem o vestido da formatura! (Não desanimem!) Cabe, ainda, um último alerta: não permitam “looks atrevidos” ou purpurinas no primeiro dia de aula, pois podem suspeitar que suas filhas sejam Barbies de segunda linha e, aí, coitadas! É que não perdoam, nesses espaços, falsidade ideológica.


Nota do Editor: Maria Cristina Schefer é pedagoga - especialista em Alfabetização. Mestre em Letras e Cultura Regional.

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