No último sábado (um dia lindo) o sol valorizava a paisagem do Itaguá, em Ubatuba. Ao fundo, via-se o navio imponente. Os “escaleres” traziam “cruzeiristas” em grupos que desembarcados com pompas dividiam-se em Vans especializadas no transporte para os produtos turísticos que dispomos e outros que simplesmente circulavam alegres e tranqüilos sob a presença ostensiva e os olhares vigilantes de policiais. Tranqüilos! Assediados, quando muito, por um ambulante oferecendo quinquilharias da “25” ou por andarilhos que tecem chapéus com folhas de talos de palmeiras (condenando-as a morte - é claro). A noitinha o navio se foi e com ele todo o aparato pertinente, montado especialmente para estes especiais visitantes de passagem, com a intenção, imagino, de um dia ou em uma outra oportunidade virem com seus familiares usufruir de tudo aquilo que mostramos, oferecemos e proporcionamos. Excelente técnica mercadológica! Nada melhor do que apresentar o destino e seus produtos a consumidores e clientes em potencial. Neste mesmo sábado, à noitinha, aqui na mesma avenida (Leovigildo Dias Vieira), por onde circulavam os “cruzeiristas”, socorri dois garotos que se distanciaram de suas respectivas famílias e foram literalmente surrados, massacrados e roubados por uma destas gangues que agora por aqui circulam. Imaginem! Nesta mesma avenida, aqui, bem em frente ao shopping. Os garotos eram membros de uma família de turistas hospedados no Tenório, mas poderiam ser nossos filhos ou filhos destas famílias que chegam nos navios em cruzeiro e que temos a pretensão de atrair. As (três) famílias dos meninos seguramente nunca mais voltarão. Pior, irão relatar (para um número sem fim de pessoas) a barbárie sofrida pelos seus filhos. O previsto (nestes casos) é imperdoável. Atenção: péssima técnica mercadológica!
Ronaldo Dias diasronaldodias@ig.com.br
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